Irã destrói túmulo de pastor executado por se converter ao cristianismo

O Rev. Hossein Soodmand foi executado em dezembro de 1990 por abandonar o islamismo e abrir uma igreja no Irã.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: segunda-feira, 20 de janeiro de 2020 às 13:29
Hossein Soodmand foi o último homem a ser executado no Irã por apostasia, o crime de abandonar o Islã. (Foto: Reprodução/Fox News)
Hossein Soodmand foi o último homem a ser executado no Irã por apostasia, o crime de abandonar o Islã. (Foto: Reprodução/Fox News)

O Irã destruiu o túmulo de um pastor que foi torturado e executado pelo governo por se converter do Islã para o Cristianismo, após ter a visão de Jesus em um sonho. 

Em dezembro de 1990, o Rev. Hossein Soodmand se tornou o último homem a ser executado no Irã por apostasia, o “crime” de abandonar o islamismo. Ele se converteu do islamismo ao cristianismo em 1960, aos 13 anos. Vinte e nove anos depois, ele foi brutalmente torturado e enforcado pelas autoridades iranianas.

Soodmand foi enterrado em um local considerado “amaldiçoado” na cidade de Mashhad. Em dezembro, seu túmulo foi encontrado destruído, disse sua filha, Rashin Soodmand, ao Article 18, um grupo que promove a liberdade religiosa no Irã. 

“Como membro da família do pastor martirizado, posso dizer que o recente desrespeito mostrado na sepultura de nosso pai feriu nossos corações mais uma vez”, disse Rashin ao Article 18.

“Nosso pai foi morto de forma cruel e contrária à lei. Eles o enterraram em um lugar que chamavam de amaldiçoado, sem nosso conhecimento, e nem sequer deram à nossa família a oportunidade de se despedir dele ou de ver seu corpo sem vida”, acrescentou.

A família também lamenta não ter tido o direito de construir uma lápide com o nome Soodmand, que foi enterrado sem registro.

Um porta-voz do Article 18 disse ao The Christian Post que pode-se dizer que as “autoridades oficiais” são responsáveis, pois passaram a expandir o espaço do cemitério para “dar lugar a novas sepulturas de famílias ricas”.

Reza Behrouz, um pesquisador médico iraniano-americano que vive no Texas, disse à Fox News que a profanação do túmulo mostra “a total intolerância do regime à liberdade religiosa e sua política discriminatória contra iranianos não muçulmanos”.

“O pastor Soodmand representou o que seria idealmente uma sociedade iraniana secular, em que as pessoas pudessem praticar livremente sua fé. Uma sociedade secular livre é o medo primordial do regime”, disse Behrouz.

Quem foi Hossein Soodmand

Quando Soodmand atuava no serviço militar do Irã, ele foi encaminhado para um hospital onde recebeu os cuidados de um cristão armênio, que deu a ele uma cruz. Naquela noite, ele teve um sonho em que Jesus lhe entregou algo para comer.

Na manhã seguinte, Soodmand percebeu que foi curado por Jesus. Determinado a aprender mais sobre o filho de Deus, ele encontrou uma igreja em Ahvaz, onde se converteu ao cristianismo.

Soodmand foi rejeitado por sua família e teve que se mudar para Teerã, onde tornou-se pastor. Em 1970, ele se casou com uma mulher cega que ele ajudava, chamada Mahtab Noorvash. Mais tarde, o pastor, sua esposa e os dois filhos se mudaram para Mashad, onde ele plantou uma igreja. No entanto, sua igreja foi forçada a fechar em meio a severa perseguição e ele foi preso e torturado pela polícia religiosa.

Quando as autoridades da igreja lhe deram a chance de escapar, Soodmand declarou: “Se eu escapar dessa perseguição, o coração do meu rebanho ficará frio e fraco. E nunca quero ser um mau exemplo para eles. Então, estou pronto para ir para a prisão novamente e, se necessário, dar a minha vida”.

O pastor continuou trabalhando no ministério após ser libertado e, por isso foi preso novamente em 1990. Ele ficou confinado em uma solitária e foi executado.

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