Um pastor foi encontrado morto com sinais de tortura no Laos, no mês passado. Fontes locais afirmaram que o crime foi motivado por sua fé.
No dia 20 de outubro, Seetoud iria participar de um culto em Thakhek, cerca de 100 quilômetros de sua casa na vila de Don Keo, em uma viagem de três horas e meia de moto.
Porém, ele não chegou ao destino. Percebendo seu atraso, cerca de 20 pessoas procuraram o pastor na estrada próximo a sua aldeia.
Mais tarde, um morador local encontrou o corpo de Seetoud em uma vala em uma estrada na montanha e informou no Facebook. O grupo de busca viu a postagem e resgatou o corpo no dia 23 de outubro.
Dois cristãos, que iriam se juntar ao pastor para irem até o culto em Thakhek, relataram que o líder se atrasou porque dois oficiais questionaram seus motivos de viajar para a cidade.
Uma testemunha, da aldeia vizinha de Wangheen, afirmou que, no dia 20 de outubro, viu três homens colocarem à força outro homem em um caminhão preto sem placas.
De acordo com os líderes locais, o corpo de Seetoud estava desfigurado e com sinais de tortura.
Assassinado por pregar o Evangelho
Segundo a polícia da província de Khammouane, o pastor Seetoud provavelmente foi assassinado por pregar o Evangelho em meio ao rápido crescimento de sua igreja no país. A polícia suspeita que oficiais locais em nível distrital o mataram.
Nos últimos meses, o líder foi ameaçado e monitorado por vizinhos e familiares. As autoridades do vilarejo ordenaram que Seetoud parasse de compartilhar a fé cristã na região.
Seetoud era líder de uma congregação da Igreja Evangélica do Laos, uma das três denominações oficialmente reconhecidas nopaís. Ele deixou esposa e oito filhos, incluindo um bebê de 1 ano.
“Não há palavras para descrever a dor que a família de Seetoud e as igrejas locais estão experimentando. A grande injustiça sobre toda a situação é que as autoridades estiveram direta ou indiretamente envolvidas no assassinato de Seetoud”, declarou um líder evangélico do Laos.
A polícia provincial e distrital de Thakhek está investigando o crime.
Opressão comunista
No Laos, um país socialista, os cristãos são hostilizados por fazerem parte de uma religião ocidental e indesejada.
Especialmente nas áreas rurais, as igrejas domésticas são forçadas a se reunir em segredo, pois são consideradas “ilegais”.
A vida é especialmente difícil para os cristãos ex-budistas, que estão em risco de perseguição pela família e autoridades locais. Isso pode envolver danos ao patrimônio, confisco de bens e emissão de multas.
“Nunca tive paz na minha aldeia porque as autoridades locais e a comunidade me perseguem”, testemunhou Tou [nome fictício por motivos de segurança], líder de uma igreja doméstica no Laos.
De acordo com a Portas Abertas, os principais tipos de perseguição são a opressão comunista, pós-comunista e paranoia ditatorial. As autoridades locais de diversas áreas parecem ter a intenção de remover qualquer testemunho cristão.
Para uma mulher é especialmente difícil seguir a Cristo porque corre o risco de ser espancada, estuprada e assediada sexualmente. Sem contar o risco de isolamento social e casamento arranjado entre grupos tribais no Laos.
O Laos está na 26° posição na Lista da Perseguição 2022 de países mais difíceis para ser um cristão da Portas Abertas.
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