Radicais hindus matam pai de pastor em ataque à família na Índia: “Querem nossas vidas”

A família do pastor Ramesh Bumbariya foi atacada com foices, armas e espadas na própria casa por se recusar a negar sua fé em Jesus.

Fonte: Guiame, com informações do International Christian ConcernAtualizado: terça-feira, 25 de maio de 2021 às 13:09
Radicais hindus mataram o cristão Bhima Bumbariya, que era pai de um pastor local. (Foto:Getty Images).
Radicais hindus mataram o cristão Bhima Bumbariya, que era pai de um pastor local. (Foto:Getty Images).

Enquanto a Índia enfrenta uma segunda onda de Covid-19, ceifando centenas de vidas, a perseguição contra cristãos persiste. Nacionalistas radicais hindus mataram o cristão Bhima Bumbariya, de 52 anos, que era pai de um pastor local, em ataque à família, no estado indiano de Rajasthan.

De acordo com a International Christian Concern (ICC), no dia 18 de maio, uma multidão de 15 hindus invadiram a casa do pastor Ramesh Bumbariya e agrediram membros da família com foices e espadas, depois de se recusarem a negar sua fé em Jesus.

Durante o ataque, um dos radicais armados tentou atirar no pastor Ramesh, mas o tiro falhou. Logo depois, o atirador apontou a arma para o pai de Ramesh e atirou nele. Quando Bhima caiu no chão, o pastor Ramesh ficou inconsciente.

O pastor e outros dois membros da família gravemente feridos foram levados ao hospital do governo em Udaipur, porém a equipe se recusou a atendê-los, devido aos regulamentos da Covid-19. Então, os cristãos foram internados num hospital particular da região. 

“Acredito que Deus tem um propósito definido em me manter vivo. Vou continuar o ministério que Deus me deu”, disse o pastor Ramesh à ICC, de sua cama no hospital.

“Já desistimos de muito por causa da nossa fé ”, continuou o pastor Bumbariya. “Tiraram nossas terras agrícolas, destruíram nossa casa, agora querem nossas vidas. Estou preocupado com minha família e filhos; sobre o que acontecerá com eles quando eu não estiver por perto”, declarou Ramesh. 

O pastor Bumbariya implantou igrejas no distrito de Bansawra e iniciou diversos cultos caseiros em vilas da região. Segundo os líderes de sua igreja, Ramesh já havia sido perseguido em outras ocasiões e acusado falsamente de realizar conversão forçada.  

“Tenho certeza de que não posso ir ao funeral de meu pai agora que estou quase no leito de morte. Mas agradeço a Deus por sua misericórdia durante esta situação difícil”, disse o pastor ao ICC.

William Stark, Gerente Regional, International Christian Concern, organização que monitora a perseguição religiosa no mundo, afirmou estar preocupado com a família do pastor Ramesh e lamentou a morte de seu pai. 

“Ninguém deve ser assassinado porque escolheu seguir Jesus. Nos últimos anos, porém, a impunidade de que gozam os nacionalistas hindus radicais na Índia encorajou-os a aumentar seus ataques aos cristãos, tanto em número quanto em gravidade. As autoridades indianas devem fazer mais para levar esses radicais à justiça e fornecer aos cristãos indianos seus direitos de liberdade religiosa garantidos pela constituição indiana”, cobrou Stark.

Como os indianos hindus perseguem os cristãos

A fonte da perseguição aos cristãos na Índia é a paranoia ditatorial e o nacionalismo religioso. O foco no hinduísmo gera intolerância e hostilidade a todos aqueles que pensam em ter uma fé diferente daquela imposta pelos governantes.

Cristãos vivem sob pressão para que se “reconvertam”, caso contrário, são boicotados pela comunidade o que os leva à vulnerabilidade social. Por conta disso, muitos cristãos vivem isolados e não possuem a menor chance de participar de reuniões e cultos.

As leis anticonversão estão vigentes em nove estados indianos e os demais estão considerando adotar essas leis também, que servem para intimidar e assediar os cristãos. Os perseguidores também estão usando a pandemia da Covid-19 como uma nova “arma”. Sabe-se que os cristãos foram excluídos quando o governo distribuiu ajuda emergencial, ocasionando em fome e desespero. Sem contar que muitos cristãos também são dalits [os mais inferiores no sistema de castas] e, portanto, muito pobres.



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