Hoje, 18 de maio, é o Dia Nacional De Combate Ao Abuso E Exploração Sexual Infantil e marca a campanha Maio Laranja, que tem o propósito de mobilizar e conscientizar sobre o grave problema que vitimiza três crianças a cada uma hora no Brasil, segundo dados do governo federal.
Falando sobre o tema, a autora e palestrante Sarah McDugal deu conselhos para os pais cristãos protegerem seus filhos do abuso sexual, em artigo recente no The Christian Post.
Sarah – que foi vítima de abuso na infância e hoje ajuda outras pessoas que sofreram violência sexual a se recuperarem do trauma – lembrou que a geração passada não discutia o problema, mas que na sociedade de hoje, onde o acesso ao sexo explícito é fácil e gratuito, os pais não podem mais permanecer em silêncio.
Segundo a autora, pais cristãos cuidadosos podem evitar a repetição de ciclos de sofrimento silencioso, sem ferir a inocência das crianças.
Perigos na tela
O primeiro conselho de McDugal é que os pais conheçam e aprendam sobre as redes sociais que crianças e adolescentes acessam hoje.
“Você não pode consertar o que não sabe, então, se quiser proteger seus filhos online, se eduque primeiro”, introduziu ela.
Muitos pais pressupõem que o ambiente digital que seu filho interage é inofensivo e não faz ideia dos conteúdos nocivos que os menores são expostos na web.
“Passe algum tempo navegando nos feeds que bombardeiam seus filhos e você encontrará uma normalização generalizada de crueldade e sexualidade tóxica em aplicativos como Instagram, TikTok, Kik e Snapchat”, alertou Sarah.
E indicou aplicativos de monitoramento para pais, como o Bark, que rastreia a atividade do celular dos filhos e avisa quando há mensagens de conteúdo impróprio ou de intimidação.
Supervisionando o acesso a internet
A palestrante aconselhou que crianças não tenham acesso à internet sem supervisão. “A maioria dos pais cristãos pensa em casa como um lugar seguro e, no entanto, quase 80% da primeira exposição de crianças à pornografia acontece em casa”, disse Sarah.
“A exposição à pornografia é uma forma de agressão sexual. O conteúdo pornográfico de hoje não é o que você foi exposto quando criança. Está cheio de estupro violento, incesto, agressão infantil”.
Ela destacou ainda que a exposição à pornografia é cada vez mais precoce, com o aumento do uso da internet pelos menores.
“A realidade é – se seus filhos ou amigos deles tiverem acesso a eletrônicos habilitados para internet – aos 8 ou 9 de idade eles provavelmente já viram pornografia hardcore”, afirmou.
A autora sugeriu o uso de ferramentas que filtram os conteúdos acessados pelo wifi de casa.
Ambiente seguro para falar
Outro conselho de McDugal é que a educação sobre sexualidade comece no lar e que os pais mantenham um ambiente em que os filhos possam conversar abertamente sobre sexo.
Só assim, de acordo com a autora, as crianças sentiram que podem contar aos pais se algo acontecer.
“‘Meus filhos me contariam se algo acontecesse!’ você diz. Mas se você não se sente à vontade para falar sobre sexo e partes do corpo em conversas cotidianas sem julgamento, por que seus filhos teriam mais coragem do que você?”, questionou Sarah.
E ponderou: “O silêncio sobre esses assuntos cria a próxima geração de viciados em pornografia, agressores e vítimas de estupro”.
A palestrante ensina que os pais devem iniciar as conversas, de acordo com a faixa etária dos filhos, e podem contar com materiais de ajuda, como livros sobre o tema.
Ensinando sobre consentimento
Conceitos sobre consentimento e partes do corpo devem ser ensinados às crianças. “Você pode dar às crianças pequenas o direito de recusar toques que as deixem desconfortáveis, enquanto ensina educação. Eles não precisam abraçar a avó ou o recepcionista da igreja. Eles não precisam suportar beijos de tios assustadores, para proteger a paz da família”, explicou.
“Os ensine a dizer não, com firmeza e sem desrespeito. ‘Não, obrigado. Posso apertar sua mão em vez disso? Não estou com vontade de um abraço agora, mas te amo!’. Os ensine a esperar que sejam respeitados”.
E acrescentou: “Ensine aos filhos que ‘não’ não é igual a ‘Tente mais para fazê-la mudar de ideia’. Ensine a suas filhas que elas podem dizer não e esperar que homens e meninos saibam o que elas querem dizer”.
McDugal ressaltou que crianças bem informadas estarão mais protegidas e um filho que se sente à vontade para conversar com os pais, está mais propensa a contar quando algo acontece.
“Os pais piedosos têm o dever de educar os filhos primeiro, antes que seus colegas, um parente pervertido ou uma busca inocente no Google interfira e faça isso por nós”, declarou.
E incentivou: “Se você ainda não tem esse tipo de relacionamento com seus filhos, hoje é o melhor dia para começar”.
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