O pastor Samuel Kanu, líder da Igreja Metodista na Nigéria, foi libertado por seus sequestradores. Junto dele, outros dois líderes cristãos também foram sequestrados e também já estão livres.
O sequestro ocorreu entre sábado e domingo — 28 e 29 de maio — no estado de Abia, sudeste da Nigéria. Até agora os nomes dos criminosos não foram divulgados.
Os cristãos da região comemoraram a notícia que foi surpreendente, já que a tendência de sequestros e mortes é cada vez maior.
Nigerianos clamam por segurança
“Este é o mais recente de uma série de sequestros que se tornaram uma epidemia na Nigéria”, diz Illia Djadi, uma analista da Portas Abertas que atua defendendo a liberdade de religião e crença na África Subsaariana.
“A questão da segurança é primordial para os nigerianos. Qualquer pessoa, desde os oficiais do exército até as crianças pequenas, podem ser sequestradas”, ela explicou.
“As eleições vão acontecer em fevereiro do próximo ano e os candidatos políticos estão colocando a segurança no topo de suas agendas”, disse ao comentar também sobre a questão da pobreza generalizada.
“Os grupos extremistas estão aproveitando ao máximo o lucrativo negócio de sequestros, exigindo pagamentos de resgate como um atalho para arrecadar dinheiro fácil”, lamentou.
Situação dos cristãos da Nigéria
Os sequestros são cada vez mais comuns na Nigéria, principalmente entre as comunidades cristãs. Conforme a Portas Abertas dos EUA, na quarta-feira passada, homens armados sequestraram líderes religiosos e alguns fiéis de uma igreja em em Gidan Maikambo, no estado de Katsina.
O governo nigeriano vem sendo questionado sobre seu silêncio em meio aos ataques frequentes. “Às vezes parece que fomos abandonados à mercê dos jihadistas”, disse o líder cristão Christopher Omotosho.
“Continuamos a chamar a atenção da comunidade internacional para o plano dos extremistas. Eles querem islamizar territórios cristãos”, ele disse.
Governo mantém silêncio
No início de maio, Karim Khan, o promotor da Corte Internacional de Crimes (ICC, da sigla em inglês), fez a primeira visita à Nigéria para discutir os próximos passos na investigação de crimes contra a humanidade e crimes de guerra.
Conforme o Guiame já divulgou, a visita do promotor demorou mais de oito anos para acontecer. Até antes desse período, vários crimes já estavam sendo denunciados.
Desde 2009, o Boko Haram começou os ataques recorrentes no país. Primeiro nas delegacias e acampamentos do exército no estado de Borno. Juntos, Boko Haram e ISWAP, mataram mais de 2 mil pessoas em 2020.
Em 2021, este número foi três vezes maior. Além disso, mais de 4 mil mulheres e meninas foram raptadas pelo Boko Haram apenas no Nordeste da Nigéria.
Em abril deste ano, oficiais nigerianos afirmaram “não poder informar o número de nigerianos mortos” por causa das eleições do próximo ano. Isso mostra que pessoas de dentro do governo acreditam que a prioridade é a imagem pública, não a transparência e prestação de contas.
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