Com 25% da população global, Islã é a religião que mais cresce no mundo

Entre 2010 e 2020, o islamismo foi a religião que mais cresceu, segundo pesquisa do Pew Research Center.

Fonte: Guiame, com informações do Pew Research Center e Washington PostAtualizado: quarta-feira, 11 de junho de 2025 às 16:04
Homens egípcios participam da oração do meio-dia na Mesquita Amr ibn Al-Aas, no Cairo Antigo, Egito. (Foto: IMB).
Homens egípcios participam da oração do meio-dia na Mesquita Amr ibn Al-Aas, no Cairo Antigo, Egito. (Foto: IMB).

Estudo do Pew Research Center revelou mudanças significativas na composição religiosa global entre 2010 e 2020. O cristianismo segue maior religião do mundo, embora sua participação na população global caiu para 28,8%, devido à desfiliação religiosa, especialmente na Europa e nas Américas.

Por outro lado, o islamismo foi a religião que mais cresceu, aumentando sua participação para 25,6% da população mundial, impulsionado por altas taxas de natalidade e uma população jovem.

Além disso, o número de pessoas sem afiliação religiosa cresceu significativamente, atingindo 24,2% da população global, refletindo um movimento de afastamento das religiões organizadas.

Cristãos e muçulmanos

Embora o número total de cristãos, considerando todas as denominações, tenha aumentado para 2,3 bilhões, a participação da religião na população global caiu 1,8 ponto percentual, chegando a 28,8%, principalmente devido à desfiliação.

Já a população muçulmana cresceu na mesma proporção, atingindo 25,6%, segundo um relatório baseado na análise de mais de 2.700 censos e pesquisas sobre mudanças na demografia religiosa.

“É impressionante que tenha havido uma mudança tão drástica em um período de 10 anos”, disse Conrad Hackett, do Pew Research Center, principal autor do relatório.

“Durante esse período, as populações muçulmana e cristã se aproximaram em tamanho. Os muçulmanos cresceram mais rápido do que qualquer outra religião importante.”

O crescimento do islamismo, segundo o relatório, está ligado à população muçulmana mais jovem, com idade média de 24 anos, enquanto a média global entre os não muçulmanos era de 33 anos em 2020.

Além disso, taxas de fertilidade mais altas em algumas regiões e índices menores de desfiliação contribuíram para essa expansão, especialmente em comparação com outras religiões, como o cristianismo.

“Entre os jovens adultos, para cada pessoa no mundo que se torna cristã, há três pessoas que foram criadas como cristãs e que abandonam a fé”, disse Hackett.

Mudança de religião

O relatório aponta que a mudança de religião, especialmente entre cristãos, impulsionou o crescimento do número de pessoas sem religião.

Em 2020, cerca de 24,2% da população mundial não se identificava com nenhuma fé, um aumento em relação a 23,3% em 2010.

Segundo Hackett, pesquisas anteriores indicavam que a população não filiada diminuiria devido ao envelhecimento e às baixas taxas de natalidade. No entanto, o afastamento da religião, especialmente do cristianismo, contribuiu para o crescimento desse grupo.

A China possui a maior população de pessoas sem afiliação religiosa, com 1,3 bilhão em um total de 1,4 bilhão de habitantes. Em seguida, os EUA têm 101 milhões de não filiados entre seus 331,5 milhões de habitantes, enquanto o Japão conta com 73 milhões em uma população total de 126,3 milhões.

Queda do budismo

Os budistas foram o único grupo religioso que apresentou uma redução no número de seguidores, passando de 343 milhões em 2010 para 324 milhões em 2020, devido à desfiliação e à baixa taxa de natalidade.

Já os hindus e judeus mantiveram proporções estáveis em relação à população global, conforme apontou o relatório.

“Às vezes ouvimos rumores de renascimento religioso, e certamente é possível que em determinados lugares a religião possa crescer”, disse Hackett.

“Mas neste estudo cuidadoso de 10 anos que realizamos, a tendência geral é que em muitos lugares as pessoas estão se afastando da religião.”

Hackett prevê que o "movimento em direção à convergência" entre cristãos e muçulmanos deve continuar, impulsionado por padrões de mudança religiosa, diferenças de idade e taxas de fertilidade. Se as tendências atuais permanecerem, o islamismo pode se tornar a maior religião do mundo nos próximos anos.

“O próximo passo do nosso trabalho em andamento neste projeto será fazer algumas projeções populacionais demográficas para fornecer novas estimativas de quando exatamente elas podem convergir”, disse Hackett.

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