Alterar, editar ou adicionar textos na Bíblia deverá ser proibido no Brasil, de acordo com o projeto de lei aprovado pela Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (23).
De autoria do deputado Pastor Sargento Isidório (Avante-BA), o Projeto de Lei 4606/19 tem como objetivo garantir a pregação do seu conteúdo em todo o território nacional.
“Não se pode permitir possibilidades para que nunca esse livro sagrado seja tocado em nenhum momento da nossa existência, por isso nossa legítima preocupação em tombar esse texto com um projeto no Parlamento”, explicou o deputado em defesa da preservação dos textos bíblicos.
Segundo o relator do texto, deputado Eli Borges (PL-TO), o último Censo indica que 87% da população brasileira professa uma fé cristã, reunidos em igrejas de diversas denominações.
"Somos, portanto, milhões de brasileiros que temos os ensinamentos e a obediência aos preceitos da Bíblia sagrada como dogma da nossa fé”, declarou.
Críticas
Ao ser debatido em plenário da Câmara, o projeto sofreu críticas.
“Existem diferentes versões da Bíblia, adaptadas para cada público. Quem vai definir? O Estado vai dizer que essa Bíblia vale e aquela não vale? Cada pessoa deve dar a interpretação que quer dar à Bíblia porque o Estado é laico”, questionou o deputado Tiago Mitraud (Novo-MG).
“Se não pode haver alteração, então qualquer material didático com ilustrações para crianças não poderá ser editado. Não poderemos colocar uma religião ao abrigo de outras religiões”, argumentou a deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS).
A proposta agora segue para o Senado Federal.
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