O Haiti vive dias desoladores. Depois que um terremoto atingiu a ilha caribenha no último sábado (14), deixando mais de 2 mil mortos, outro desastre natural devastou mais uma vez seus habitantes: a tempestade tropical Grace.
E na noite da quarta-feira (18), um novo terremoto de magnitude 4,9 sacudiu o Haiti novamente. O tremor que foi registrado pelo UGSG (Serviço Geológico dos Estados Unidos), atingiu a cidade de Les Cayes, ao sul do Haiti. De acordo com o órgão de Defesa Civil haitiano, o número de mortos até agora é de 2.189.
Chuvas intensas e ventos fortes têm dificultado o complexo trabalho de resgate entre os escombros deixados pelo tremor de magnitude 7,2.
Mais de 30 mil pessoas estão desalojadas e vagando pelas ruas, em busca de comida e refúgio, dormindo sobre plásticos em abrigos improvisados.
A cidade de Les Cayes foi a mais afetada pelo terremoto de 14 de agosto. (Foto: Getty Images)
Ajudando uns aos outros
“Quando o terremoto começou, eu estava com meu filho de 2 anos em minha casa, que fica no segundo andar, em cima da nossa clínica de reabilitação física”, disse a chilena Consuelo Alzamora, que mora há 10 anos no Haiti, na cidade de Cayes.
A clínica, que é a terceira maior do Haiti, foi adaptada para atender as centenas de feridos que surgiram nos últimos dias. “Quando a movimentação parou, me vesti rapidamente e corremos para o pátio. A primeira coisa que fiz foi verificar se meus vizinhos e as famílias próximas estavam bem”, contou a terapeuta ocupacional ao BBC News.
Ela disse que não sabia o que fazer quando começaram os tremores secundários muito fortes. “Como minha casa fica a duas quadras do mar, decidimos pegar um carro e ir para a montanha. Tínhamos medo de que pudesse acontecer algo mais forte, como um tsunami”, relatou.
“Aos poucos, ficamos sabendo do grande número de mortos e vítimas. Então decidimos ajudar. No centro de reabilitação, tínhamos materiais ortopédicos, como botas, colares cervicais, tipoias, e começamos doando para diversos hospitais”, compartilhou.
Consuelo cuida de crianças e adultos com ferimentos leves para ajudar a descongestionar hospitais. (Foto: Reprodução/BBC News)
“Dez voluntários se juntaram a nós. Mas quando íamos começar a trabalhar, veio a tempestade. E tudo ficou ainda pior. Tem sido terrível, tem chovido sem parar, com muito vento, está tudo alagado. As pessoas andam molhadas e não podem dormir em suas casas, por isso ficam na rua, em barracas ou simplesmente em cima de plásticos. Ninguém dorme”, revelou.
De acordo com a terapeuta, uma clínica móvel foi montada onde ela e os voluntários atendem pessoas com ferimentos leves e entorses para descongestionar um pouco os hospitais. “Os hospitais estão lotados e em péssimas condições”, disse.
Cristãos oferecem ajuda humanitária
Várias instituições cristãs se mobilizaram para ajudar o povo haitiano. Através da ONG internacional Samaritan’s Purse, que fornece ajuda a pessoas em situações de emergência, o pastor Franklin Graham vai enviar ajuda ao Haiti.
A organização humanitária cristã já estava atuando com transporte de suprimentos de emergência, incluindo material de abrigo e duas unidades de filtração de água comunitária, para possibilitar água potável para os atingidos.
Agora, equipes médicas serão enviadas ao local, e o pastor pediu ajuda em oração: “Orem pelas nossas equipes enquanto eles se instalam, e orem especialmente por este país.
Abrigos informais foram criados na tentativa de se proteger da chuva e do vento. (Foto: Getty Images)
A Visão Mundial disse que também já preparou suprimentos para fornecer assistência humanitária imediata a 6 mil pessoas. Além disso, está mobilizando pessoal para Les Cayes para estimar com precisão os danos e as necessidades das famílias mais afetadas.
A organização cristã de patrocínio infantil, Compassion International, disse em sua página no Facebook que sua equipe de ajuda em caso de desastres naturais já está na região para ajudar crianças e pais afetados pelo terremoto.
E muitas outras instituições, igrejas e ONG´s começam a entrar em ação para ajudar a nação que já sofre as consequências da pobreza e da fome por conta dos problemas sociais e políticos.
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