A Igreja Ortodoxa Ucraniana (UOC, na sigla em inglês) rompeu formalmente com a Igreja Ortodoxa da Rússia, sua igreja mãe, devido à invasão de Putin à Ucrânia.
Mais de 100 congregações já haviam se separado do Patriarca Kirill de Moscou, em 2019. Porém, na sexta-feira (27), a própria Igreja Ortodoxa da Ucrânia anunciou formalmente sua independência total.
No domingo (29), o chefe da Igreja Ortodoxa Russa, Krill, tentou minimizar o rompimento. "Entendemos perfeitamente como a Igreja Ortodoxa Ucraniana está sofrendo hoje", afirmou na Catedral de Cristo Salvador, em Moscou.
O patriarca ainda alertou que "espíritos de malícia" queriam dividir o povo ortodoxo da Rússia e da Ucrânia.
Para a analista Rebekah Koffler, uma ex-oficial da inteligência militar dos Estados Unidos, a separação das igrejas é um “grande golpe” para Putin.
"Kirill e Putin são amigos", afirmou ela à Fox News, observando que o presidente "armou a religião ortodoxa russa como uma ferramenta geopolítica".
"A ideia de Putin unificar o mundo russo, incluindo a Ucrânia e outros estados pós-soviéticos, depende da ideia de que a Rússia é o centro do cristianismo e o centro da civilização euro-asiática. Uma vez que a igreja se divide, tira toda a ideia de divindade dela”, explicou Rebekah.
Segundo a analista, é provável que algumas congregações ucranianas continuem ligadas a igreja russa para se proteger, contrariando a decisão da Igreja Ortodoxa da Ucrânia.
"Alguns dos padres podem decidir ficar com Moscou, a fim de sobreviver a um possível novo regime, se Putin conseguir garantir o controle total de Donbas e estabelecer a chamada 'Novorossiya' (nova Rússia)”, avaliou.
Um golpe no argumento de Putin
Koffler afirma que o rompimento é um golpe no argumento de Putin para tomar a Ucrânia como um território russo.
“Independentemente de que lado você esteja, mesmo que você acredite na explicação de Putin sobre por que ele está fazendo isso, você não pode, como pessoa espiritual, tolerar mortes de civis", disse ela.
E concluiu: "No fundo, a divisão abre um buraco na narrativa de Putin de que os russos e ucranianos são espiritualmente e etnicamente um só povo e, portanto, a Ucrânia não deveria existir como um país separado".
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