‘Igrejas mantêm esperança e fé em meio a tensões na fronteira Ucrânia-Rússia’, diz pastor

O futuro da fronteira Ucrânia-Rússia continua cheio de incertezas, mas os evangélicos seguem sua missão de pregar o Evangelho.

Fonte: Guiame, com informações do Evangelical FocusAtualizado: quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022 às 12:28
Os cristãos ucranianos têm se juntado aos chamados de jejum e oração de muitas igrejas. (Foto: Facebook Espoir Wallonie)
Os cristãos ucranianos têm se juntado aos chamados de jejum e oração de muitas igrejas. (Foto: Facebook Espoir Wallonie)

Enquanto a Bielorrússia se juntou a Moscou na implantação de novas manobras militares, os Estados Unidos anunciaram que suas tropas na Polônia prepararão refúgios temporários para fornecer abrigo para cidadãos americanos na Ucrânia, caso precisem fugir do país com urgência.

Além das questões diplomáticas, a situação na fronteira também afeta a economia. Um porta-voz do Ministério da Economia e Clima alemão alertou que “o nível das reservas de gás é realmente preocupante” e que estão em 35%, abaixo do nível crítico de 40%.

O pastor ucraniano Andrey Tyschchenko falou ao site de notícias espanhol Protestante Digital dizendo que “ninguém sabe se a situação vai piorar”.

A Igreja da Nova Geração, que Tyschchenko pastoreia, está localizada na cidade de Kharkiv, a menos de uma hora de carro da fronteira russa. “Voltaremos à vida normal quando os russos retirarem suas tropas e todas as suas armas da região de Donetsk e Luhansk e devolverem a Crimeia à Ucrânia”, destacou o pastor.

Tyschchenko disse que a maioria das igrejas evangélicas na Ucrânia, localizadas perto da fronteira Ucrânia-Rússia, na parte leste ucraniana, continua pregando o Evangelho. “Eles não se importam com todas as notícias de última hora. Eles continuam encorajando as pessoas a acreditarem, a ficarem calmas”, contou.

“Acho que muitos deles não prestam atenção a todas essas notícias, todos esses problemas. Eles não estão procurando um plano para escapar desta parte da Ucrânia. A maioria mantém a esperança e a fé para ficar aqui”, explicou.

Tyschchenko diz que sua comunidade, inclusive, está construindo uma nova igreja. “Não queremos parar nem agora. Estamos comprando todos os materiais para continuar nosso processo de construção, para que tudo dê certo!”, afirmou.

‘Deus está conosco’

Sobre uma iminente invasão russa na Ucrânia, Tyschchenko diz que o papel de um pastor continua sendo o de “encorajar as pessoas a acreditar, orar, proteger nossa terra e nossas famílias. Devemos continuar acreditando que Deus nos manterá seguros e evitaremos toda a escalada e invasão na Ucrânia.”

Apesar de reconhecer que a Rússia tem um poder forte e soldados fortes, em comparação com o exército ucraniano, que é muito menor e desequipado, Tyschchenko diz que “confiamos em Deus, que está sempre conosco.” Ele emenda: “Acreditamos que nosso povo não vai se render. Eles não permitirão que nosso país seja conquistado. Esperamos que isso não aconteça”.

Sobre o relacionamento com as igrejas russas, Tyschchenko supõe que estejam divididas quando se trata desse assunto. “Algumas igrejas apoiam o governo russo e outras não. Temos boas relações com as igrejas que não apoiam o governo russo. Eles podem não ser capazes de dizer publicamente que não apoiam Putin e seu regime, mas são bons amigos que sempre se lembram de nós em suas orações, nos apoiam e mantêm contato conosco”, diz.

Pandemia e fome de Deus

Além da pandemia, que ainda não acabou, a iminência de uma guerra torna a situação do povo ainda mais vulnerável na Ucrânia, embora atualmente, diz Tyschchenko, a situação é muito melhor e ficou muito mais estável.

“Eu sei que para muitas igrejas [a pandemia] trouxe novas oportunidades para desenvolver e melhorar seus serviços online e ministério digital. Muitos abriram novas páginas no Facebook ou canais no YouTube, atraindo mais pessoas a Cristo”, explicou.

“No entanto, ainda temos um problema com a pandemia na Ucrânia. A situação piorou e muitas pessoas ficaram doentes. Elas pessoas não estão com tanto medo da pandemia agora porque muitas já foram vacinadas. Abandonaram o medo e, contra todas as probabilidades, vão aos cultos, vão trabalhar, fazem as suas atividades normais do dia a dia”, declarou.

“Nossa igreja cresceu durante esses dois anos de pandemia. Antes da pandemia, costumávamos ter 1.000 pessoas, agora quase 1.900 pessoas frequentam a igreja”, revela o pastor. “Esse crescimento fantástico tornou-se real por causa da fome e sede das pessoas por Cristo, verdadeiro Evangelho e esperança, de modo que nossa igreja se tornou a resposta para muitas pessoas.”

Tyschchenko disse que no ano passado, eles realizaram um grande culto em um estádio. “Nada nos impediu de reunir quase 27.000 pessoas em Kharkiv, onde aproximadamente 10.000 vieram à frente para receber Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador. Nossas igrejas continuam crescendo, continuamos pregando o Evangelho.”

Desafios

O pastor da Igreja da Nova Geração fiz que o maior desafio é “permanecer como uma igreja orientada para o Evangelho, uma igreja real, para revelar o poder do Espírito Santo, a misericórdia e unção de Deus, para que as pessoas que vêm às nossas igrejas experimentem a glória de Deus na vida delas.”

Ele afirma que essa é a melhor maneira de levar as pessoas a Jesus. “Não devemos desistir, não devemos parar de pregar o Evangelho. Temos que fazer mais campanhas evangélicas e pregar mais o Evangelho porque as pessoas estão com medo e estressadas.”

“Precisamos levar a eles esperança e as respostas para suas perguntas. Eu acredito e sei que Jesus Cristo é certamente a resposta. Ele é uma resposta completa para a Ucrânia”, afirmou Tyschchenko.

O pastor disse acreditar que “nada nos impedirá de pregar o Evangelho, e continuaremos a compartilhar o Evangelho sem nenhum medo.”

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