Japão investirá mais de R$ 120 bilhões para promover natalidade

Plano prevê apoio financeiro à educação de filhos e ao pré-natal, além de horários de trabalhos flexíveis ou licença para pais.

Fonte: Guiame, com informações da USP e Exame Atualizado: sexta-feira, 2 de junho de 2023 às 12:54
O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida. (Foto: Creative Commons)
O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida. (Foto: Creative Commons)

A preocupação com a baixa natalidade já é uma realidade em diversos países na Europa e no Japão, que acaba de adotar uma série de medidas governamentais para ampliar o número de nascimentos.

Segundo o governo, o número de nascimentos diminuiu consideravelmente no país nos últimos anos.

O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, nesta quinta-feira (01) e inclui um plano de ajuda para as famílias no valor de US$ 25 bilhões (cerca de R$ 127,3 bilhões na cotação atual).

Com duração de três anos, investimento visa salvar a queda de natalidade no país e prevê um aumento no auxílio direto aos pais, com apoio financeiro à educação dos filhos e ao pré-natal, além de promover horários de trabalhos flexíveis ou licença para o casal.

De acordo com as autoridades, a ação busca combater o colapso na taxa de natalidade, que caiu para um nível "sem precedentes".

Com 125 milhões de habitantes, o Japão registrou menos de 800 mil nascimentos em 2022 — o número mais baixo desde o começo das estatísticas. Ao mesmo tempo, a proporção de idosos aumentou.

Em uma reunião com ministros, especialistas e empresários, declarou Fumio Kishida, disse que a intenção é "aumentar a renda dos jovens e a geração que está na idade de criar crianças".

Contrassenso

A medida mostra a contradição de ações do governo japonês, que em abril aprovou o uso de pílula abortiva no país.

No Japão, o aborto até 22 semanas de gestação no país já é permitido desde 1948, através de procedimento cirúrgico. A nova decisão ampliou a possibilidade de as japonesas interromperem a gravidez.

O uso do medicamento passou a ser permitido para abortar bebês de até nove semanas. Segundo a TV pública NHK, o valor total da pílula abortiva junto com uma consulta médica será de cerca de R$ 3.700 reais.

Queda mundial

Segundo um especialista cristão, o número de bebês está diminuindo em todo o mundo, inclusive no Brasil, onde o IBGE registra queda da taxa de natalidade nos últimos anos.

Conforme noticiado pelo Guiame, John Stonestreet chegou à conclusão de que a modernidade, juntamente com a ideologia de gênero, está levando a sociedade a ser estéril.

A declaração de John, que é autor de vários livros que falam sobre a atual cultura, foi feita durante uma reflexão referente à forma como as leis e os costumes estão sendo alterados ao longo das últimas décadas.

John é presidente do Chuck Colson Center for Christian Worldview — organização focada em treinamento para cristãos — e coapresentador de rádio com Eric Metaxas do Breakpoint, um programa de cosmovisão cristã.

Queda no Brasil

No Brasil, a queda da natalidade pode ser atribuída à outra queda: a da taxa de fecundidade.

Segundo Fábio Betioli Contel, professor do Departamento de Geografia Humana da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, “na verdade, desde a década de 70, 80, vem diminuindo a taxa de fecundidade no território brasileiro de forma significativa. Na década de 60, por exemplo, essa taxa estava em torno de seis filhos por mulher; na década de 80, eram quatro filhos por mulher; no ano de 2000, essa taxa de fecundidade era de 2,2 e, em 2020, uma média de 1,65 filhos”.

Segundo Cotel, “nós temos um comportamento demográfico hoje, principalmente nesse quesito de fecundidade, muito semelhante à maior parte dos países ricos. Essa taxa de fecundidade vinha diminuindo já por uma série de fatores estruturais, mas numa temporalidade diferente”.

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