Uma jovem cristã, de 19 anos, morreu após ter tratamento negado por um tribunal, no Reino Unido.
Sudiksha Thirumalesh tinha uma doença rara e travava uma batalha legal contra o NHS Trust — uma divisão do Sistema de Saúde do Reino Unido – para receber um tratamento experimental no Canadá.
De acordo com a BBC News, os médicos afirmaram que Sudiksha estava morrendo e que cuidados de fim de vida seriam a melhor indicação em vez de um tratamento contínuo.
A jovem, que sofria da síndrome de depleção do DNA mitocondrial (SDM), queria arrecadar fundos para viajar ao Canadá para um tratamento com nucleosídeos. Mas, em agosto, um juiz a proibiu, alegando que Sudiksha não tinha capacidade mental para tomar decisões.
Entretanto, dois psiquiatras constataram que a jovem estava totalmente consciente e era capaz de se comunicar. A um deles, Sudiksha afirmou: “Quero morrer tentando viver. Temos que tentar de tudo".
Família em luto
No dia 12 de setembro, a jovem teve uma parada cardíaca e faleceu, antes que o Tribunal de Proteção pudesse ouvir o seu caso.
Em comunicado, a família de Sudiksha Thirumalesh lamentou a decisão da Justiça.
“Estamos profundamente perturbados com a forma como temos sido tratados pelo hospital e pelos tribunais. Se ela tivesse sido autorizada a procurar tratamento com nucleosídeos há seis meses, poderia ser que ela ainda estivesse conosco e se recuperando”, afirmou.
E acrescentou: “Somos uma família cristã que acredita na vida, no amor e no perdão”.
O irmão da jovem, Varshan Thirumalesh, afirmou que a família foi proibida de falar em público sobre o caso.
“Fomos amordaçados, silenciados e impedidos de ter acesso a tratamento especializado no exterior. Ela estava realmente lutando nos últimos um ano e dois meses e queria buscar a terapia experimental no exterior”, disse ele ao programa Today da BBC Radio 4.
Andrea Williams, diretora-executiva do Christian Legal Center, que deu apoio judicial à família durante o processo, pediu um inquérito público sobre o caso.
“Este caso profundamente perturbador demonstrou a necessidade urgente de uma revisão na forma como as decisões sobre o fim da vida são tomadas no NHS e nos tribunais”, defendeu ela.
Autoritarismo médico
Conforme o Gazeta do Povo, casos de autoritarismo médico estão aumentando no Reino Unido.
Alguns casos ficaram conhecidos no mundo, como o dos bebês Alfie Evans e Charlie Gard, que tiveram que ser transferidos para outro hospital, já que não estavam recebendo os cuidados necessários.
Outro caso polêmico foi do menino de 12 anos, Archie Battersbee, que teve o tratamento que prolongava sua vida suspenso pela justiça. A família havia pedido mais um tempo aos médicos por acreditarem que um milagre poderia acontecer.
Conforme o advogado e colunista Wesley J. Smith vivemos em uma época em que a liberdade individual está sob a ameaça real.
“As decisões políticas e pessoais mais importantes não serão tomadas por nós mesmos, mas por ‘especialistas’. A imposição do tribunal com relação a ST é apenas um exemplo do autoritarismo que está por vir”, concluiu.
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