Às vésperas de ordenar a prisão do ex-presidente Michel Temer (MDB), o juiz federal Marcelo Bretas citou um versículo do livro de Provérbios em sua conta no Twitter: “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda”.
As citações bíblicas são frequentes nos discursos do juiz da força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro, responsável pela 7ª Vara Criminal de Justiça Federal na cidade. Bretas é evangélico e tem um exemplar do livro sagrado em sua mesa.
Nesta quinta-feira (21), o ex-presidente Michel Temer foi preso pela Polícia Federal a pedido da Lava Jato e com autorização do juiz de 49 anos. Na decisão judicial, Bretas conclui que Temer seria o “líder da organização criminosa” e o “principal responsável pelos atos de corrupção” apresentados no documento.
Bretas foi apelidado como “Sérgio Moro carioca” quando determinou as prisões de figuras poderosas como o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral (MDB), e o empresário Eike Batista, que já foi o homem mais rico do Brasil.
Desde que assumiu as investigações da Lava Jato em novembro de 2015, a partir da 7ᵃ Vara Criminal, Bretas já condenou mais de 40 pessoas em sentenças ligadas à força-tarefa.
Bretas tem uma rotina dedicada ao trabalho, à família e à religião, descreve Fernando Antonio Pombal, diretor de secretaria e seu braço direito na 7ª Vara Federal Criminal.
“Ele é uma pessoa muito simples, muito discreta. Não gosta de aparecer, pelo contrário. Tem uma vida pacata, entre trabalho, casa e igreja”, disse Pombal em entrevista à BBC News Brasil em 2017.
O juiz frequenta a Comunidade Evangélica Internacional da Zona Sul, no bairro do Flamengo, onde mora com sua família. Tem um irmão pastor e a Bíblia em seu escritório para consultas.
Em 2017, o coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, o procurador Leonardo Cardoso de Freitas, descreveu Bretas como um juiz “sério” e “de muito bom trato”, cujas decisões são bem fundamentadas.
“Mesmo quando nossos pedidos são indeferidos, eu tomo suas razões com muita humildade”, diz Freitas. “É um juiz muito sério, em cujas decisões eu confio”.
Outro procurador, que preferiu não se identificar, afirmou que o juiz era muito bem visto pelos integrantes da força-tarefa do Rio. “O MPF tem muita confiança em seu trabalho. Ficamos tranquilos de trabalhar com ele porque sabemos que ele vai ser um juiz técnico, que vai julgar de uma maneira séria e rigorosa”.
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