A Procuradoria-Geral da Finlândia apresentou na quinta-feira (29) acusações formais de discurso de ódio contra a deputada Päivi Räsänen, por expressar seu ponto de vista sobre homossexuais e a Bíblia.
Räsänen foi ministra do Interior da Finlândia entre 2011 e 2015 e presidente do Partido Democrata Cristão de 2004 a 2015.
As acusações são baseadas em três questões. Uma delas é sobre textos escritos por Räsänen nos sites da Fundação Luterana da Finlândia e da Missão Evangélica Luterana Finlandesa, movimento conservador e reformador da denominação.
As outras duas acusações estão relacionadas a publicações de Räsänen nas redes sociais e declarações na rádio finlandesa “Yle Puhe”.
A parlamentar terá que se defender nos tribunais por citar nas redes sociais Romanos 1:24-27 para criticar a participação da Igreja Luterana Finlandesa (da qual é membro) na Parada Gay de 2019, pelo conteúdo de um livreto sobre a Bíblia e a sexualidade intitulado Homem e Mulher Ele os Criou publicado em 2004, e suas palavras em um programa de rádio, onde foi convidada a falar sobre o assunto “O que Jesus pensaria sobre homossexuais?”.
Segundo o Procurador-Geral da Finlândia, as declarações de Räsänen são “depreciativas” e “discriminatórias” contra os homossexuais, violando a sua igualdade e dignidade. Portanto, “ultrapassam os limites da liberdade de expressão e religião e podem alimentar a intolerância, o desprezo e o ódio”.
Outra investigação preliminar sobre declarações de Räsänen em um programa da emissora MTV foi abandonada pela Procuradoria-Geral, por ser considerada uma ofensa menor.
Räsänen disse que a decisão do Procurador-Geral foi surpreendente e chocante. “Não me considero culpada de ameaçar, caluniar ou insultar qualquer grupo de pessoas. Tudo isso é baseado nos ensinamentos da Bíblia sobre casamento e sexualidade”, disse ela à emissora finlandesa Yle na quinta-feira.
De acordo com Räsänen, é basicamente uma questão de saber se é permitido expressar na Finlândia uma crença baseada nos ensinamentos tradicionais da Bíblia e das igrejas cristãs. Ela destacou ainda que apoia a dignidade e os direitos civis dos homossexuais.
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