Filha de pastores sobrevive a síndrome rara e diz: “Deus tem um propósito na minha vida”

Raquel Soares Folly foi diagnosticada com síndrome de Steven Johnson e quase perdeu a vida.

Fonte: Guiame, Aline GonçalvesAtualizado: quinta-feira, 25 de janeiro de 2024 às 20:08
Raquel Soares Folly. (Foto: Arquivo pessoal concedido ao Guiame)
Raquel Soares Folly. (Foto: Arquivo pessoal concedido ao Guiame)

Raquel Soares Folly passou 34 dias internada e quase perdeu a vida após ser diagnosticada com síndrome de Steven Johnson, em dezembro de 2023. Hoje, ela está curada e desfruta da bondade de Deus.

A jovem, de 26 anos, mora em Macaé, no Rio de Janeiro. No dia 16 de novembro, Raquel se sentiu mal no trabalho e percebeu manchas vermelhas pelo corpo.

No dia seguinte, seu rosto estava inchado e as manchas pioraram. Seus pais, Marcos Antônio Folly e Simone Soares da Silva Folly — pastores da Igreja Sara Nossa Terra da região — a acompanharam até uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). 

Lá, os médicos desconfiaram de uma doença chamada “Steven Johnson”. Dois dias depois, começaram a aparecer bolhas no corpo de Raquel e ela foi levada para o “Hospital Público Municipal Dr. Fernando Pereira da Silva” (HPM), de Macaé. 

A partir deste momento, o quadro da jovem piorou. Ela tinha feridas por todo o corpo, que também eram internas.

Como ela não conseguia falar e se alimentar, os médicos lhe colocaram uma sonda. No entanto, Raquel começou a vomitar sangue porque as bolhas internas estavam estourando.

Depois de quase sufocar em duas ocasiões, os médicos decidiram entubá-la para liberar as vias aéreas e ela foi transferida para o CTI.


Raquel Soares Folly. (Foto: Arquivo pessoal concedido ao Guiame)

Em entrevista ao Guiame, Raquel disse: “Fiquei assustada. Eu não podia falar e tentava me comunicar com gestos, às vezes era difícil as pessoas entenderem”.

Segundo a mãe, Raquel contraiu a alergia após fazer uso de uma medicação para TDAH, durante 23 dias.

“Durante estes dias, essa foi a única coisa nova que entrou em sua vida. E geralmente, esta alergia é causada por medicação”, explicou Simone.

E continuou: “À princípio, eu e meu esposo não sabíamos o que era. Procuramos na Internet e vimos que eram erupções na pele. Ver na Internet é uma coisa, olhar minha filha daquela forma me fez chorar. Mas, sequei as lágrimas para dar forças a ela. O médico de plantão me disse: ‘É grave e pode piorar’”.

Corrente de oração 

Enquanto a filha estava na enfermaria, Simone mobilizou a igreja para interceder por ela:

“Quando o médico disse que era grave e poderia piorar, eu e meu esposo recebemos a direção de Deus de fazer uma corrente de oração. Compartilhamos a situação de Raquel e pedimos orações por ela. Todos os dias, enviamos notícias da Raquel especificando qual a necessidade de oração daquele dia”. 

“Diariamente, mesmo ela estando sedada, orávamos e cantávamos louvores. A nossa igreja fez dois momentos de oração no hospital onde recebemos pessoas de outras denominações”, acrescentou. 


Cristãos orando no hospital. (Foto: Arquivo pessoal concedido ao Guiame)

Os médicos informaram que eles estavam fazendo tudo que era possível. Raquel ficou entubada até o dia 23 de novembro e no dia seguinte, começou o processo de “troca de pele”: 

“As lesões são como uma queimadura de segundo grau por todo corpo. Foi feito um tratamento a laser e uma dentista também fazia o tratamento a laser por toda parte bucal”, relatou a mãe.

No dia 2 de dezembro, as feridas começaram a cicatrizar. Segundo a equipe médica, o processo de cicatrização foi rápido. “Foi surpreendente. Milagre, é o que ouvíamos”, disse Simone.

Complicações no hospital 

Os pais pensaram que o quadro de Raquel estava melhorando. No entanto, ela desenvolveu uma anemia e precisou fazer três transfusões de sangue.

No dia 4 de dezembro, quando eles chegaram para visita, encontraram Raquel novamente entubada com pneumonia nos dois pulmões.

A jovem passou oito dias entubada até que surpreendeu os médicos — que mais uma vez afirmaram ter acontecido um milagre — pois no dia 11, Raquel já estava com os pulmões limpos.

A jovem, que aceitou Jesus aos 12 anos, afirmou que apesar das circunstâncias, não perdeu a fé.

“Teve momentos que fiquei triste querendo ir logo para casa e voltar para minha rotina. Mas, mesmo triste, eu confiava em Deus e sabia que no fim iria sair dessa situação”, declarou ela.

A equipe médica precisou baixar a imunidade da jovem para que o corpo dela parasse de reagir a alergia. Com isso, Raquel pegou uma bactéria no hospital que gerou uma pneumonia. 

Depois de superar diversas complicações e passar 29 dias no CTI, Raquel recebeu alta do hospital no dia 21 de dezembro.

Foi um momento de alegria pois estava ansiosa para ir para casa e ficar no meio das pessoas que amo. Tenho testemunhado o quanto Deus me ama. Ele tem um propósito na minha vida e eu vou cumprir”, contou Raquel.


Raquel Soares Folly. (Foto: Arquivo pessoal concedido ao Guiame)

Recuperação 

Hoje, Raquel está fazendo uma série de tratamentos em casa e continua apresentando melhoras. 

Ainda estou com muitas lesões na pele, a dermatologista pediu para evitar o toque de pessoas por risco de infecção na pele, principalmente no rosto, costas e mãos. Estou com dificuldades para movimentar a mão e o braço direito, dói muito. Também estou fazendo um tratamento na vista esquerda, pois a alergia deu uma conjuntivite”. 

E continuou: “Faço fisioterapia porque perdi massa muscular e fui encaminhada para cardiologista por estar com o batimento cardíaco alto. Porém, a cada dia estou me fortalecendo”.

“Ter ela hoje conosco é maravilhoso porque vimos a resposta de Deus em cada necessidade que colocamos diante dele”, relatou Simone.

A mãe agradeceu a equipe do hospital onde “viram a mão de Deus”, cuidando de sua filha.

“Depois desse milagre, sinto mais o amor do Senhor. Não tem como ser a mesma pessoa depois dessa experiência. Meu desejo é ser cada vez mais um instrumento nas mãos de Deus”, disse Raquel.

A jovem concluiu com uma mensagem para todos que enfrentam dificuldades: “Nunca deixem de confiar em Deus independente da situação. Ele tem um tempo e uma missão para cada pessoa. E ainda que não conseguimos entender o porquê, lá na frente eu creio que veremos o propósito”.

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