“O temor do Senhor é o princípio do conhecimento, mas os insensatos desprezam a sabedoria e a disciplina”. (Provérbios 1.7)
Já sabemos que há várias linhas de pensamento tanto no Criacionismo quanto no Evolucionismo. Porém, um novo movimento está dando o que falar: a evolução teísta, também conhecida como evoteísmo, que é uma tentativa de conciliar Deus com a Teoria da Evolução.
Será que isso é possível?
No Brasil, a proposta de algumas associações é a de unir a fé cristã ao campo de estudo evolutivo naturalista, tendo como foco o homem e sua relação com Deus e com a natureza, a partir de uma perspectiva cristã.
Quando o termo “perspectiva cristã” é utilizado, isso está diretamente relacionado ao reconhecimento de Jesus Cristo como realidade.
E a Bíblia é Cristocêntrica, não é? Logo, não tem como dialogar sobre a perspectiva cristã no meio científico e ignorar tudo o que está contido na Bíblia.
Curiosamente, no entanto, o que o evoteísmo sugere, na verdade, são conceitos que não se harmonizam com a Bíblia. Vamos falar um pouco sobre isso.
Propostas do Evolucionismo Teísta
Algumas denominações cristãs já aceitaram propostas evoteístas. Por exemplo, incorporando o modelo das eras — cada um dos dias da semana que estão descritos em Gênesis, na perspectiva evoteísta, representam eras e não dias literais de 24 horas.
Denominações ou ramificações tanto dentro do catolicismo quanto do protestantismo já aceitaram a ideia de que Deus usou a “evolução” para guiar a Criação ao longo de bilhões de anos.
Ou seja, limitando assim o poder desse Deus bíblico, que a partir da tradição cristã, nos é apresentado como sendo Onipotente.
Se a proposta evoteísta fosse verdadeira, isto é, se Deus realmente tivesse conduzido sua criação através de processos evolutivos, então teríamos que concordar que Deus criou os seres vivos a partir de uma realidade monstruosa e injusta, num contexto de erros e acertos, de degeneração e mortes constantes.
“Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, mas não tiver amor, nada serei”. (1 Coríntios 13.2)
O Evolucionismo Teísta anula a morte de Jesus na cruz
Sob esta ótica do evolucionismo teísta, a morte então não seria uma consequência do pecado cometido por Adão e Eva, lá no jardim do Éden.
Na verdade, sob esta ótica, Adão e Eva nem mesmo teriam existido como personagens reais, como o criacionismo afirma.
Logo, teríamos que descartar muitos relatos do livro de Gênesis, admitindo que a maior parte do texto é simbólica e não literal.
Além do mais, se a morte faz parte de uma causa natural da evolução — mesmo que fosse guiada por Deus — então que sentido haveria na morte de Jesus na cruz, para nos redimir e nos salvar?
Cristo seria apenas um herói sem causa, morrendo em vão. A Bíblia declara que aquele que crê em Jesus tem a vida eterna. Diante dessas questões, qual a resposta do evoteísmo?
“Por isso mesmo, empenhem-se para acrescentar à sua fé a virtude; à virtude o conhecimento; ao conhecimento o domínio próprio; ao domínio próprio a perseverança; à perseverança a piedade; à piedade a fraternidade; e à fraternidade o amor. Porque, se essas qualidades existirem e estiverem crescendo em suas vidas, elas impedirão que vocês, no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo, sejam inoperantes e improdutivos”. (2 Pedro 1.5-8)
Não existe harmonia entre evolucionismo e cristianismo
Atualmente, vemos que há um investimento muito grande na tentativa de se misturar evolucionismo com o modelo da criação. Por mais nobre que pareça a proposta, essa suposta harmonia é simplesmente impossível de acontecer.
Nós fazemos parte de uma geração que ainda confunde muitos dos princípios imutáveis presentes na Bíblia. Talvez essa seja a herança do movimento Iluminista, época em que o termo “secular” foi criado.
Até os dias de hoje, para muitos, existe um abismo entre fé e cotidiano. É como se determinada pessoa se vestisse de cristão em alguns momentos e em alguns lugares como, por exemplo, na igreja, e na hora de exercer os demais papéis na sociedade.
Ou seja, para ter uma vida secular, a pessoa precisa se despir do Cristianismo, como se isso fosse possível.
A realidade é outra. Não dá para separar a fé em Cristo da nossa rotina, porque ela interfere na forma como lidamos com as pessoas e com as situações.
Mundo secular X Valores bíblicos
O posicionamento de um cristão, seja no âmbito profissional ou pessoal, não permite que ele se desligue ou se desprenda dos valores bíblicos, tais como a honestidade, a pureza, o amor, a bondade e a sinceridade.
Assim como os valores cristãos de um cientista não podem ser deixados do lado de fora do laboratório como se fosse um guarda-chuva.
Resumindo, não dá para encobrir o Evangelho, nem esconder a luz de Cristo que reflete em nós. Paulo, em 2 Coríntios 4.3-4 alertou sobre isso, ainda no primeiro século, quando ele disse:
“Mas se o nosso evangelho está encoberto, para os que estão perecendo é que está encoberto. O deus desta era cegou o entendimento dos descrentes, para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus”.
Pense nisso, valorize o Criacionismo Bíblico, defenda o verdadeiro conhecimento e rejeite a falsa ciência que corrompe o coração e a mente.
“Ó profundidade da riqueza da sabedoria e do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e inescrutáveis os seus caminhos! Quem conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Quem primeiro lhe deu, para que ele o recompense? Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém”. (Romanos 11.33-36)
E esse foi o estudo desta semana. Espero que tenha tirado a sua dúvida e também colaborado para o seu crescimento espiritual. Beijo no coração e até a próxima, se Deus quiser!
Por Cris Beloni, jornalista cristã, pesquisadora e escritora. Lidera o movimento Bíblia Investigada e ajuda as pessoas no entendimento bíblico, na organização de ideias e na ativação de seus dons. Trabalha com missões transculturais, Igreja Perseguida, teorias científicas, escatologia e análise de textos bíblicos.
* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
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