Uma resolução aprovada pela Câmara dos Representantes do Arkansas promove o comércio do estado com Israel, fazendo referência à região da "Judeia e Samaria", nome bíblico atribuído à Cisjordânia e preferido pelo governo israelense.
Aprovada no mês passado pela câmara liderada pelos republicanos, a resolução declara que “o Estado de Arkansas, que fica no coração da América, tem um parentesco especial com a Judeia e Samaria, o coração bíblico de Israel” e observa que “as cidades em todo o Arkansas levam os nomes de cidades bíblicas em toda a Judeia e Samaria, como Betel, Hebron, Siló, Salém e muitas outras”.
A resolução, embora não tenha caráter obrigatório, exemplifica o recente apoio republicano às reivindicações territoriais de Israel na Cisjordânia, após um período em que ambas as lideranças partidárias apoiaram a formação de um Estado palestino independente.
Em 2019, a administração Trump anunciou uma mudança na política dos EUA, afirmando que não consideraria mais os assentamentos israelenses ilegais.
No mês passado, durante um discurso em Jerusalém, o governador da Flórida, Ron DeSantis, que, assim como Donald Trump, está concorrendo à presidência, referiu-se ao território como “o coração bíblico da Judeia e Samaria”, dizendo que era disputado em vez de ocupado. No entanto, a atual administração Biden não reconhece as reivindicações de Israel sobre esse território.
Antes de uma possível anexação israelense em partes da Cisjordânia em 2020 (que acabou não ocorrendo), o ex-senador Norm Coleman, presidente nacional da Coalizão Judaica Republicana, afirmou em um comunicado que “é hora dos israelenses em as comunidades judaicas da Judeia e Samaria e do Vale do Jordão tenham os mesmos direitos e status que seus concidadãos em Tel Aviv e Haifa”.
A resolução do Arkansas estimula o governo estadual a se basear em um memorando de entendimento firmado no ano anterior entre o Arkansas e Israel, que promove a cooperação técnica e científica, além de "explorar parcerias estratégicas adicionais" nas áreas de “educação, história, religião, arqueologia, agricultura e inovação”.
A deputada estadual Mindy McAlindon, republicana e patrocinadora da resolução, afirmou que foi uma das primeiras a reconhecer oficialmente os nomes Judeia e Samaria, e que seu objetivo era contribuir para a codificação do reconhecimento americano do território como parte de Israel. McAlindon consultou Yossi Dagan, líder do Conselho Regional de Samaria, sobre a resolução.
“Eu queria abordar não apenas o status legal dos assentamentos na Judeia e Samaria, que é evidente, mas também focar em nossa conexão especial com a Judeia e Samaria que tantos cidadãos do Arkansas reconhecem na Bíblia”, disse McAlindon, de acordo com a Imprensa Judaica.
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