Quatro cristãos no Sudão, que foram ameaçados de pena de morte por causa de sua fé, tiveram as acusações de apostasia anuladas por um tribunal, no início de setembro.
De acordo com o Morning Star News, o juiz Ibrahim Hamza rejeitou as acusações contra os crentes, no estado de Darfur Central, declarando que apostasia não é mais considerado crime no Sudão.
Os quatro ex-muçulmanos que se converteram ao cristianismo foram presos em sua igreja, em Zalingei, e interrogados com tratamento degradante, no dia 24 de junho.
Eles foram libertados no mesmo dia, mas detidos novamente quatro dias depois, conforme a Christian Solidarity Worldwide (CSW).
“Em 3 de julho, os homens foram levados perante o promotor, que lhes disse que enfrentariam a pena de morte se não renunciassem à sua fé cristã e concordassem em não orar, compartilhar sua fé ou participar de qualquer atividade que os identificasse como cristãos. Os homens recusaram e foram acusados de apostasia”, afirmou a CSW.
Os crentes foram presos sob acusação de apostasia, de acordo com artigo 126 do código penal do Sudão de 1991, que já havia sido anulado em 2020.
A igreja que os quatro cristãos fundaram foi autorizada pelo Ministério de Orientação e Doações Religiosas do Sudão durante o período de transição, mas acabou sendo fechada devido às ameaças e ataques de muçulmanos extremistas.
Após dois anos de avanços na liberdade religiosa no Sudão com o fim da ditadura islâmica em 2019, autoridades voltaram a perseguir os cristãos desde o golpe militar de 2021.
Segundo a CSW, autoridades ameaçaram os líderes da igreja que vivem em campos de deslocados internos, afirmando que seriam acusados de apostasia se continuassem a se reunir para orar.
“Quando os líderes protestaram, citando as mudanças legais feitas no governo de transição, eles foram informados de que o golpe havia mudado a situação legal”, disse a CSW.
Antes e depois do golpe militar do ano passado, os seguidores de Jesus continuaram sendo perseguidos. O Sudão permaneceu em 13º lugar na Lista da Perseguição 2022 da Missão Portas Abertas, de países mais difíceis para ser um cristão.
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