“Eles não consideram Deus relevante”, dizem missionários sobre os países nórdicos

Dinamarca, Noruega, Suécia, Finlândia e Islândia enfrentam o desafio do secularismo.

Fonte: Guiame, com informações da AG NewsAtualizado: quarta-feira, 31 de maio de 2023 às 16:03
Número de evangélicos ativamente engajados é significativamente menor. (Foto: Unsplash/Febiyan)
Número de evangélicos ativamente engajados é significativamente menor. (Foto: Unsplash/Febiyan)

A população dos países nórdicos do norte da Europa, conhecidos pelas belas paisagens, tecnologia avançada e uma economia geralmente próspera, também sentem necessidade do amor e do poder salvador de Jesus. Segundo informa a revista Worldview, é nessa região que acontece um novo mover de Deus.

Larry Henderson, Diretor Regional de Missões Mundiais da Assembleia de Deus na Europa, e Stephen Wallace, Diretor da Área Norte da Europa, destacam que as nações nórdicas, que incluem Dinamarca, Noruega, Suécia, Finlândia e Islândia, enfrentam o desafio do secularismo.

Embora fontes como o Joshua Project indiquem que esses países ainda possuem uma maioria cristã, o número de evangélicos ativamente engajados é significativamente menor. Apesar dos movimentos pentecostais na região terem uma história rica em fé e missões, a crescente indiferença em relação à religião tem tido suas consequências.

Wallace relembra o início de seu ministério em Helsinque, na Finlândia, quando um guia turístico explicou que uma catedral local estava sendo utilizada apenas para casamentos e ocasiões similares, pois a igreja havia perdido sua relevância.

“O secularismo pode ser considerado a fé predominante na região”, diz Wallace, “embora as tradições e os costumes sejam profundos. Não é incomum ouvir músicas em formaturas de escolas contendo referências à fé cristã por ser tradição. Isso, no entanto, está começando a ser questionado.”

“Existe um foco egocêntrico”, acrescenta Henderson. “Não é ateísmo, necessariamente. As pessoas simplesmente não consideram Deus relevante.” Há uma experiência “conservadora legalista” nascida de origens luteranas ou católicas, mas poucos realmente frequentam a igreja, ele explica.

Mudanças

Segundo a Worldview, a mudança está acontecendo, porém, mais dentro das comunidades de imigrantes e nos campi universitários.

Devido aos conflitos em curso em várias partes do mundo, as nações nórdicas têm se tornado refúgio para muitos grupos de pessoas deslocadas. Além disso, esses países também atraem um número significativo de estudantes internacionais que buscam diplomas avançados nas áreas de tecnologia e negócios.

São entre esses grupos que as congregações internacionais e amigas do mundo têm o potencial de causar um grande impacto. Enquanto as cidades maiores hospedam mais estudantes, comunidades ainda menores receberam muitos recém-chegados, e as igrejas locais foram fortalecidas à medida que alcançam esses grupos internacionais em crescimento, diz a Worldview.

Para Henderson, alcançar esses indivíduos requer relacionamentos autênticos.

“Oramos para que o Espírito Santo mostre maneiras eficazes de evangelizar”, acrescenta. “As pessoas não se impressionam com a igreja como um show. Elas precisam aprender que um encontro real com Jesus Cristo dá paz e identidade”.

Escassez de pastores

Devido à escassez de pastores em muitas comunidades das nações nórdicas, essas regiões representam uma oportunidade valiosa para missnáiorios que desejam se mudar para a área e servir. Eles podem se envolver ativamente nas comunidades locais, hospedar pequenos grupos, ajudar na implantação de igrejas de língua inglesa e, acima de tudo, construir amizades.

É o que o casal Jeremy e Lisbet Siebert estão fazendo.

Após pastorear uma igreja missionária em Oregon por 15 anos, Jeremy diz que sentiu uma inspiração inconfundível enquanto orava em uma reunião de pastores. Deus chamou o casal para plantar uma igreja na Noruega.

Durante um telefonema, Henderson os informou que os líderes pentecostais no país haviam acabado de dizer à liderança que precisavam de plantadores de igrejas, especialmente aqueles dispostos a alcançar os internacionais.

Cultura secular

Mesmo sendo norueguesa, Lisbet e sua família enfrentaram ajustes culturais. O filho de 21 anos ajuda na plantação da igreja, outro de 19 anos voltou para os Estados Unidos para cursar a faculdade, e o de 12 anos precisou se adaptar a um novo ambiente escolar. Além disso, eles também enfrentaram desafios por causa da cultura secularista.

“A Noruega é um país tão rico”, diz Jeremy. “O sistema de bem-estar social cuida de muitas coisas que, tradicionalmente, as igrejas teriam feito. Em vez de buscar ajuda em Deus ou mesmo na igreja, as pessoas vão ao governo. Até as igrejas na Noruega recebem grande parte de seu financiamento do governo.”

Apesar dessas circunstâncias, Jeremy destaca que Deus ainda está trabalhando enquanto essas pessoas famintas buscam significado e propósito.

Daniel Alm, superintendente geral da Pingst, a Aliança Pentecostal Sueca para Igrejas Independentes, compartilhou recentemente com Wallace:

"Na Suécia, estamos tentando permanecer fiéis ao chamado e à missão dados no dia de Pentecostes, em uma cultura onde o secularismo parece ser a nova religião e o individualismo também coloca desafios sobre a igreja. Mas essa situação também oferece muitas oportunidades. As pessoas estão solitárias e precisam de Deus”.

Oportunidade

Em uma conferência recente de pastores, 200 participantes estrangeiros se uniram a 650 pastores suecos, mostrando um movimento de união e cooperação.

O movimento sueco está alinhado com esforços mais amplos, buscando orar por uma renovação na plantação de igrejas e o surgimento de novos líderes. Os pentecostais suecos também estão unindo forças com os movimentos pentecostais das nações nórdicas vizinhas, formando a Pentecostal Nordic.

Øystein Gjerme, líder do Movimento Pentecostal Norueguês (Pinsebevegelsen), expressa entusiasmo em relação à unidade e colaboração entre os pentecostais nos países nórdicos.

Além de enviar missionários para países em quatro continentes, os líderes noruegueses estão direcionando seus esforços para grupos não alcançados e missões urbanas, além de prestar auxílio aos líderes de igrejas formadas por migrantes na Noruega. Gjerme espera ver a igreja responder a esses desafios construindo comunidades solidárias.

Em toda a Suécia e Noruega, as denominações pentecostais estão dando passos históricos em direção à unidade, compartilhando uma missão comum de ver o povo de suas nações reconhecer Jesus como Senhor. Wallace destaca que ter mais trabalhadores, inclusive pessoas vindas dos Estados Unidos, desempenhará um papel vital nesses esforços renovados.

“Em muitas nações do mundo, não é incomum que nossos obreiros façam parceria com missionários nórdicos”, diz Wallace.

“Oro para que façamos o mesmo aqui entre suas nações nos próximos dias. Eu aprecio o coração de nossos líderes nórdicos e a maneira como eles apoiam, fornecem recursos e acreditam juntos. Precisamos de mais trabalhadores porque, com os olhos da fé, vemos uma colheita chegando a essas grandes terras”.

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