A família de Asia Bibi, cristã que passou oito anos no corredor da morte no Paquistão antes de ser absolvida em outubro, afirma que está sendo perseguida por extremistas que estão indo de casa em casa com suas fotos para tentar localizá-los.
Desde sua absolvição pela Suprema Corte do país, a família de Bibi está escondida. Já a cristã está sob custódia protetora como parte de um acordo entre o governo e um partido islâmico extremista.
O advogado de Bibi, parentes e simpatizantes apelaram para que a família receba asilo na Europa ou Estados Unidos. Vários países indicaram sua disposição de oferecer um lar, mas nada de concreto emergiu.
John Pontifex, da organização Ajuda à Igreja que Sofre no Reino Unido, que fez uma campanha em favor de Bibi desde que ela foi sentenciada à morte em 2010, disse que esteve em contato frequente com sua família nas últimas três semanas e eles estão muito assustados.
“Eles me disseram que os mulás (muçulmanos educados na teologia islâmica) fizeram denúncias em sua vizinhança, indo de casa em casa, mostrando fotos dos familiares em seus celulares, tentando caçá-los”, disse ele ao site britânico The Guardian.
“A família teve que se mudar de um lugar para outro para não ser descoberta. Às vezes, eles só conseguem sair depois do pôr do sol. Eles têm que cobrir seus rostos quando saem em público”, acrescentou.
Pontifex disse que família tem sido sustentada por sua fé neste momento de perigo. “Eles dizem que se eles não tiverem permissão para encontrar um futuro fora do Paquistão, o medo é que, mais cedo ou mais tarde, algo terrível aconteça com eles”.
Busca por refúgio
O advogado de Bibi, que fugiu do Paquistão logo após a decisão do tribunal por estar em perigo, disse que as negociações sobre asilo estão sendo realizadas com vários países europeus. “Espero que o mundo ocidental esteja tentando ajudá-la”, disse Saiful Malook a repórteres em Frankfurt, na Alemanha.
Acredita-se que Canadá, Espanha e França tenham oferecido asilo a Bibi. Alemanha e Itália teriam conversado com o Paquistão sobre o assunto. Já o Reino Unido preferiu não falar sobre a oferta de asilo, dizendo que não quer prejudicar mais Bibi e sua família.
Após a absolvição de Bibi, os radicais islâmicos pediram que ela e os juízes do caso fossem mortos, provocando protestos por diversas cidades. O primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, foi acusado de ceder às suas exigências.
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