Com a onda de protestos que continua acontecendo nas ruas do Irã e notícias de execuções de manifestantes inocentes, milhares de iranianos estão fugindo para a Armênia — um dos únicos países livres e democráticos da região.
A luta sangrenta pela mudança cultural acontece em todo o país. Em meses de protestos contra o regime, os cidadãos foram brutalmente reprimidos pela polícia. Mais de 500 pessoas foram mortas.
Além disso, centenas de escolas femininas viram suas alunas hospitalizadas em uma onda de envenenamentos. Todo o medo e incerteza fizeram com que muitos procurassem uma fuga.
‘Refúgio para os cristãos’
De acordo com a CBN News, “existem muitos conflitos geopolíticos globais que estão representados nesta passagem de fronteira remota. A Rússia faz muito comércio com o Irã, e muitas das armas que acabam na Ucrânia podem vir dessa área. Então você tem o Azerbaijão, que quer esse corredor para chegar à Turquia e ao Ocidente”.
“E bem no meio disso tudo, você tem o pequeno país da Armênia, que funciona como um local seguro para cristãos e outros iranianos que fogem da perseguição dentro de seu país”, explica o veículo.
O pastor Jacob Pursley, da Gateway Missions, explicou: "Bem, aqui você vê este rio, é chamado de rio Arax. E o rio Arax é basicamente a fronteira entre a Armênia e o Irã. E se você for um pouco mais a oeste, é a fronteira também da Turquia e da Armênia”.
Iranianos em busca do Evangelho
“É ilegal fazer proselitismo no Irã. Portanto, como cristão, você não pode ir ao Irã legalmente para compartilhar a fé cristã. E você nem mesmo pode ter uma Bíblia persa, isso é ilegal”, continuou.
“Então, o que descobrimos é que os persas vêm para a Armênia em busca do cristianismo. Eles querem encontrar uma igreja, uma Bíblia e fazer perguntas. E milhares de pessoas com esse objetivo passam por aqui todos os dias”, destacou.
De acordo com o pastor, muitos desses atravessadores de fronteira são bastante receptivos ao Evangelho.
‘A jornada pode ser cheia de riscos’
“Aqueles que estão vindo do Irã estão muito animados para conhecer um cristão e ouvi-lo. E, de fato, temos visto centenas deles aceitando Jesus. Eles só precisam ouvir, eles precisam ter alguém que seja um pregador ou um evangelista para ensiná-los e mostrar-lhes isso, e eles estão tão ansiosos para ler uma Bíblia”, enfatizou Jacob.
Mas, segundo o pastor, a jornada pode ser cheia de riscos. “Um ônibus cheio de iranianos pegou fogo recentemente enquanto subia a traiçoeira estrada da montanha a caminho da capital da Armênia, Yerevan. Felizmente, não houve feridos”, continuou.
“Mesmo assim, a maior preocupação para quem vem para cá é que, mesmo depois de deixar o Irã, sua família e amigos em casa podem estar em perigo. Ghazali, uma mulher iraniana que mora na Armênia, nos disse que foi espancada há quatro anos na Universidade de Shiraz por que tirou o hijab”, contou.
‘Usar hijab é lei’
“No Irã, as mulheres estão sofrendo porque tem muito estupro, muito assédio”, disse o pastor ao explicar que isso é considerado “normal” por lá. “Ninguém entende isso. É assédio, é estupro, mas eles querem dizer que isso é normal. E por ser mulher, elas têm que obedecer”, resumiu.
Enquanto isso, os protestos no Irã continuam acontecendo e, recentemente, o presidente Ebrahim Raisi fez uma declaração apoiando a “exigência legal” de hijabs para as mulheres.
As manifestações acontecem exatamente por causa da rigidez das leis islâmicas, mas parece não haver sinal algum de que as coisas vão mudar por lá.
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