As ruas da capital dos EUA mais uma vez serviram de palco para a ‘Marcha Nacional Pela Vida’. Esta foi a primeira realizada após a Suprema Corte americana derrubar, em junho de 2022, o dispositivo Roe vs. Wade, a lei pró-aborto que vigorava há 49 anos no país.
Nesta edição, que aconteceu na sexta-feira (20), o tema foi “Próximos passos: marchando para uma América pós-Roe”.
“A Marcha pela Vida é uma manifestação inspiradora, pacífica, vibrante e cheia de alegria de mulheres, homens, jovens e crianças de todo o país”, diz o site da ‘March do Life’, organizadora do evento.
“Todos os anos, dezenas de milhares de pró-vida convergem no National Mall e marcham no Capitólio”, explica a organização.
Este ano, no entanto, os organizadores decidiram mudar o trajeto da marcha. Em vez de seguirem para a Suprema Corte, a manifestação terminou entre a Suprema Corte e o Capitólio dos EUA – enviando um sinal de que ainda há batalhas pelos direitos antiaborto a serem travadas no Congresso e nos tribunais.
“O movimento pró-vida acaba de obter uma grande vitória na queda de Roe v. Wade, mas nosso trabalho para construir uma cultura de vida está longe de ser concluído”, disse Jeanne Mancini, chefe do ‘March for Life's Education and Defense Fund’, à CNN por e-mail antes do evento.
Futuro sem aborto
Kristan Hawkins, presidente da ‘Students for Life of America’, uma das maiores organizações antiaborto do país, disse que “há muita empolgação” sobre o futuro do aborto no país.
“Existe a sensação de que o fim de Roe está nos catapultando para um futuro sem aborto”, declarou.
Muitos dos que se juntaram à marcha disseram que consideraram a decisão Roe v Wade como o primeiro passo em direção ao seu objetivo final: proibir o aborto nos EUA.
"Há uma ansiedade sobre o que faremos agora. Há muita discussão acontecendo", disse Hawkins. “Precisamos tornar o aborto impensável e indisponível em todo o país – isso é o que significa ser a geração pós-Roe”.
Uma estudante universitária diz que está marchando por meninas de sua idade que podem pensar que o aborto é a única resposta. (Captura de tela/Fox News)
Cartazes com slogans antiaborto, como "Exigimos proteção na concepção" e "Amamos os dois", eram empunhados pelos ativistas pró-vida que ocuparam quase três quilômetros ao longo do shopping.
Beth Eddy, uma ex-professora de química de Ohio participou pela primeira vez da marcha. Ela disse que pôde conseguiu agora por estar aposentada.
"Estou superanimada por finalmente termos juízes da Suprema Corte que veem que a vida começa na concepção", disse ela. "Mas também estou sentindo que isso é apenas o começo."
Defensores do aborto
Os aplausos dos ativistas antiaborto chegaram até os degraus do prédio do Capitólio, quase alcançando um pequeno contra-protesto de defensores do aborto que se reuniram do lado de fora da Suprema Corte, informou a BBC.
"O aborto é um recurso que achamos que deveria estar disponível para todos", disse Savannah Hagen Ovohbi, de 18 anos, uma estudante universitária da capital americana.
"Quando aprendi sobre educação sexual no ensino médio, o aborto era uma opção que tínhamos", disse ela. "Ter isso tirado de nós é realmente assustador."
Desde junho, vários estados – incluindo Califórnia, Michigan e Vermont – reforçaram as proteções ao aborto. E nas eleições de 2022, os eleitores rejeitaram uma série de medidas que restringiriam o acesso ao aborto ou criminalizariam os médicos.
Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia
O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições