Pastor diz que pessoas estão se voltando para Deus, após 2 tiroteios em massa na Sérvia

A Sérvia ainda está digerindo os dois tiroteios consecutivos ocorridos na região de Belgrado em 3 e 4 de maio.

Fonte: Guiame, com informações da BBC e Evangelical FocusAtualizado: segunda-feira, 8 de maio de 2023 às 17:35
Membros da igreja ICF em Belgrado orando em pequenos grupos no domingo após o tiroteio na Sérvia, 7 de maio de 2023. (Foto: Reprodução/Evangelical Focus)
Membros da igreja ICF em Belgrado orando em pequenos grupos no domingo após o tiroteio na Sérvia, 7 de maio de 2023. (Foto: Reprodução/Evangelical Focus)

Dois tiroteios consecutivos fizeram 17 vítimas na região de Belgrado, capital e maior cidade da Sérvia, nos dias 3 e 4 de maio. A violência ainda está sendo digerida pela população.

O primeiro ataque foi feito por um menino de treze anos, que matou a tiros oito colegas em sua escola em Belgrado, além de um segurança. Foi o pior tiroteio na Sérvia em anos.

O segundo aconteceu perto de um vilarejo a cerca de 60 km ao sul de Belgrado, quando o atirador abriu fogo de um carro em movimento, matando pelo menos oito pessoas e ferindo muitas outras.

Em uma entrevista ao Evangelical Focus, o pastor Samuil Petrovski, líder da Aliança Evangélica Sérvia e do movimento estudantil nacional EUS (membro da Irmandade Internacional de Estudantes Evangélicos), analisou a situação.

Segundo o líder, quase uma semana após o primeiro tiroteio no 'Vladislav Ribnikar' em Belgrado, o clima na Sérvia é de “choque muito grande”.

“Nunca tivemos tiroteios em escolas ou em locais públicos, principalmente com crianças menores. Esse menino, o agressor, tinha 13 anos, e pegou as armas do pai. Ele foi bem treinado. Ele tinha uma lista de 16 jovens e matou oito deles. Infelizmente, ele estava planejando isso por um mês. Vamos ver o que os médicos dizem, se ele teve problemas psicológicos ou foi vítima de bullying, ainda estão investigando”, relatou.

Petrovski disse que para os sérvios, esse tipo de tragédia só acontecia nos EUA, não em seu país.

“A nação está triste, tivemos três dias de luto. As pessoas estão se aproximando de Deus. A Igreja Ortodoxa fez uma declaração dizendo que devemos ter uma fé forte agora. As pessoas estão conversando conosco e pedindo uma Bíblia. Muitos estão dizendo, 'o que é isso?', porque o segundo tiroteio aconteceu no dia seguinte, imediatamente”, informou.

Orações e condolências

O pastor contou também sobre como foi o impacto dos ataques nas famílias.

“Os pais não mandaram seus filhos para a escola nos primeiros dois dias após o tiroteio. Hoje, segunda-feira [dia 08 de maio], foi o primeiro dia em que as crianças voltaram à escola em Belgrado. Dois dias depois, eles também retornarão ao centro onde ocorreu o tiroteio.”

Petrovski diz que “como evangélicos e como IFES, fizemos uma declaração pública dizendo que estamos orando, sentindo a dor e prestando condolências aos que perderam seus entes queridos.”

Segundo Petrovski, houve duas ações quase imediatas à tragédia: o ministro da Educação sérvio renunciou e aconteceu um protesto em Belgrado chamado 'Marcha contra a violência', convocado pela oposição.

Outra reação aconteceu com relação às armas de fogo. O presidente propôs mudar as leis de armas, com prazo de um mês para portadores ilegais as entregarem à polícia, sob pena de graves punições caso não o façam.

‘Tristeza pela nação’

Sobre a abordagem do ataque nas igrejas evangélicas durante os cultos, Petrovski respondeu:

“O domingo foi um dia de luto e as igrejas não cantavam. Em vez disso, estávamos orando, especialmente em tristeza por toda a nação. As igrejas oraram pela saúde mental, pelas famílias que perderam entes queridos, pelo governo.”

“Em nossa igreja, lemos os Salmos, onde diz que 'Deus é o nosso refúgio', e também Apocalipse 21, onde fala sobre o lugar onde não haverá mais lágrimas e morte. A mensagem para a igreja foi que podemos ser corajosos e pedir a Deus que nos use até que esses tempos cheguem”, disse.

Apoio da igreja

Pastor na igreja International Christian Fellowship of Belgrade, Petrovski disse que um psicólogo cristão compartilhou sobre como encontrar apoio e encorajamento, como as comunidades são importantes e como encontrar paz em momentos de tristeza e depressão. “Depois fomos para pequenos grupos para orar, e o sermão foi sobre como podemos nos aproximar de Deus em momentos como este.”

Algumas igrejas, contou o líder, decidiram se organizar para ir até o local onde aconteceu o primeiro tiroteio.

Uma delegação de membros de igrejas evangélicas foi ao local do primeiro tiroteio para levar flores e orar. (Foto: Reprodução/Evangelical Focus)

“Tivemos uma pequena delegação de nossa igreja que trouxe algumas flores e orou pelas famílias e toda a cultura. As igrejas também estão chocadas com o que aconteceu, precisamos conversar mais para discutir tudo isso”.

Jovens

Ele compartilhou também sobre as necessidades específicas às quais os cristãos podem atender diante do ocorrido.  

“O bom de trabalhar com o IFES, no meu caso pessoal, é que trabalhamos com alunos de nível superior e médio. A mãe de um aluno adolescente que recentemente começou a frequentar nossas reuniões nos mandou uma mensagem dizendo que esse trabalho é muito importante agora nessa faixa etária”, disse o pastor.

“Precisamos conversar com esses jovens, incentivá-los e talvez dar a eles algo que eles não recebem na escola, principalmente quando estão isolados em sua ansiedade. Como um ministério estudantil, estamos tentando abordar esses tópicos de depressão, ansiedade, como encontrar a paz.”

Relacionamento com Deus

Petrovski disse que o presidente da Aliança Evangélica Europeia telefonou para ele, para saber como estava a situação local e sua família.

“Pessoalmente, para nós é difícil, temos um filho no primário e outro no secundário e agora precisamos falar com os nossos filhos sobre estas coisas. Há uma grande discussão na sociedade: precisamos de mais policiais? Ou psicólogos? Onde precisamos de mais apoio?”.

Para ele, “precisamos apontar as pessoas para um relacionamento vivo com Deus e ensiná-las como a Bíblia pode ajudá-las com essa questão da violência, com medos, o papel das mídias sociais e outros problemas em toda a sociedade, não apenas em nossas escolas”.

 

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