Professor cristão que se recusou a usar pronome ‘trans’ continua preso

Após clamar ao juiz para passar o Natal em casa, Enoch Burke foi informado de que permanecerá atrás das grades.

Fonte: Guiame, com informações do Daily MailAtualizado: terça-feira, 20 de dezembro de 2022 às 17:52
O professor Enoch Burke foi preso na Irlanda. (Foto: Reprodução/Twitter/Enoch Burke)
O professor Enoch Burke foi preso na Irlanda. (Foto: Reprodução/Twitter/Enoch Burke)

Preso após se recusar a usar pronomes neutros em termos de gênero, o professor cristão Enoch Burke foi informado de que permanecerá atrás das grades no Natal, depois de dizer ao tribunal que não deveria ser punido por suas opiniões sobre o “transgenerismo”.

Burke foi preso em setembro depois de se recusar a obedecer a uma ordem judicial para ficar longe da Wilson's Hospital School, no condado de Westmeath, na Irlanda, uma escola em que ele trabalha.

A escola pediu para Burke permanecer afastado, em agosto, depois que ele foi suspenso com pagamento integral por se recusar a se dirigir a um aluno em transição como 'elu' em vez de 'ele', citando suas devotas crenças cristãs, que ele afirma serem contra o “transgenerismo”.

Segundo informa o Daily Mail, Burke ignorou a ordem e continuou a frequentar a escola, o que o levou à prisão.

Burke implorou ao juiz por vídeo feito na Prisão Mountjoy, em Dublin, para deixá-lo sair durante as festas natalinas.

Ele disse ao juiz Conor Digham que 'não era um ladrão, um assassino ou um traficante de drogas' e que estava sendo preso por causa de suas crenças cristãs.

Família cristã

O juiz se recusou a liberar Burke, pois ele não estava disposto a cumprir a ordem judicial. No entanto, o professor pode ser libertado a qualquer momento, desde que expurgue seu desacato perante o tribunal.

Ele disse ao tribunal que não faria isso, pois isso seria renegar seu dever para com Deus e suas principais crenças cristãs.

Burke novamente alegou ao tribunal que “não era um criminoso” e pediu que eles “me libertassem no Natal”.

“Estou na prisão por minhas crenças religiosas”, disse no tribunal.

Os pais de Burke, Sean e Martina, ficaram furiosos com a prisão do filho.

Presente no tribunal, Sean Burke disse que seu filho não era um criminoso, mas simplesmente foi criado em uma família cristã.

Ele acrescentou que seu filho estava sendo perseguido injustamente por causa de sua objeção ao “transgenerismo” que foi fundamentado na Bíblia “do livro de Gênesis a Apocalipse”.

Sua mãe, Martina, disse ao tribunal “que vergonha” e que eles enfrentarão o julgamento do “Deus Todo-Poderoso”.

Direito constitucional negado

Martina Burke também disse ao tribunal que o caso era "todo sobre transgenerismo" e que seu filho estava tendo o direito constitucional de expressar suas crenças cristãs negado.

O juiz disse que se recusou a entrar em um debate com os pais do professor Burke.

Enoch Burke também disse que foi proibido de falar com sua irmã Ammi Burke, sua conselheira legal. Ele também quis saber por que o tribunal se recusou a vê-lo pessoalmente, sendo forçado a enviar um vídeo.

Audiência e liberdade religiosa

Burke está atrás das grades desde setembro deste ano, após não cumprir a liminar do Supremo Tribunal da Irlanda. Ele enfrentará uma audiência no Tribunal Superior em uma data que ainda não foi confirmada.

Enquanto isso, Burke permanecerá sob custódia, a menos que concorde em cumprir a ordem de ficar longe da escola. Em sua aparição anterior perante o tribunal em setembro, Burk relembrou sua crítica ao edital de sua escola sobre o uso do pronome 'elu'.

Enoch Burke teve liminar negada e voltou à prisão. (Foto: Captura de tela/RTÉ News)

Ele disse que levantou sua questão durante um culto religioso em junho de 2022: “Eu disse que isso era contrário às Escrituras e aos ensinamentos de todas as igrejas. Minhas opiniões sobre o transgenerismo são baseadas em minhas crenças religiosas”.

“A suspensão e a ação movida contra mim pela escola não são razoáveis, são injustas e ilegais. A liberdade de consciência e a liberdade de religião estão consagradas na constituição irlandesa”, afirmou.

‘Transgenerismo’

Rosemary Mallon, que representou a escola perante o tribunal em setembro, disse ao tribunal que o professor Burke só podia culpar a si mesmo por estar na prisão e que se ele tivesse conseguido anular sua suspensão, ele “voltaria para a sala de aula”.

Ela também insistiu que Burke não foi preso por causa de suas opiniões sobre o “transgenerismo”, mas porque ele violou uma ordem judicial.

“O fato de que ele está na prisão é um assunto do Sr. Burke”, disse Mallon.

“O Sr. Burke decidiu não obedecer às ordens deste honorável tribunal. O Sr. Burke decidiu não expurgar seu desprezo. Se essa ordem for atendida, ele voltará para a sala de aula. Isso é o que o Sr. Burke quer”.

“Isso seria uma grande preocupação para a escola e causaria transtornos para os alunos. Não deve haver mais interrupções”, disse ainda.

Depois de se recusar a cumprir a ordem dado pelo tribunal em setembro, Burke disse: “Se este tribunal assim determinar, nunca deixarei a prisão de Mountjoy se, ao sair da prisão, violar minha consciência bem-informada e crença religiosa e negar meu Deus”.

“Parece-me que posso ser um cristão na prisão de Mountjoy ou ser um pagão e respeitador do transgenerismo fora dela. Eu sei onde eu pertenço”, declarou.

Ajuda de Deus

“Minha fé me levou a esse lugar e vai me manter lá, com Deus me ajudando”.

Burke disse ao tribunal que se essa escolha fosse feita a ele “a cada hora de cada dia pelos próximos 100 anos”, ele responderia à pergunta da mesma forma. 

E acrescentou: “Este tribunal está tentando me privar de minhas crenças religiosas.”

O professor também alegou que houve uma “tentativa ilegal” de persegui-lo por declarar sua oposição ao “transgenerismo” e que o tribunal o estava privando de sua liberdade e dignidade.

“Tive muito tempo para considerar minhas ações e comportamento que me levaram a esse lugar e, longe de encontrar qualquer caso de má conduta, muito menos má conduta grosseira, apenas achei minhas ações louváveis ​​e que tive a coragem de responder à diretora dizendo a ela que transgênero era um abuso de crianças e uma violação dos meus direitos constitucionais de livre expressão de crenças religiosas”, finalizou.

 

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