Josef Schuetz, de 101 anos, um ex-guarda de campo de concentração da SS, foi condenado na terça-feira (27) a 5 anos de prisão por assassinato.
A decisão foi do “Tribunal de Brandenburg an der Havel”, onde foi alegado “cumplicidade no assassinato de 3.518 pessoas” que foram confinadas ao campo de concentração de Sachsenhausen, ao norte de Berlim.
Josef trabalhou no campo de concentração durante 3 anos. “Você estava ciente de que prisioneiros foram mortos lá. Por sua presença, você apoiou isso”, disse o presidente do Tribunal, Udo Lechtermann.
“Qualquer um que quisesse fugir do acampamento era baleado, sendo assim, qualquer guarda do campo participou ativamente desses assassinatos”, justificou.
‘Ele agiu como vítima’
O Centro Simon Wiesenthal — uma organização internacional de direitos humanos — disse na segunda-feira (27) que o advogado de Josef “usou bem os argumentos contra os julgamentos de crimes de guerra nazistas.
O acusado se declarou “inocente” durante todo o julgamento, que começou no mês passado. “Ele chorou como se fosse a verdadeira vítima e disse que não tinha ligação com os crimes perpetrados no campo. Não houve nenhuma palavra dele sobre o sofrimento e a tragédia dos prisioneiros”, disse o Dr. Efraim Zuroff, do Wiesenthal Center.
Sobre o campo de concentração
O campo de concentração de Sachsenhausen, ativo entre 1936 e 1945, era principalmente uma prisão para presos políticos e prisioneiros de guerra.
O local tinha uma câmara de gás ativa e uma área onde aconteciam experimentos médicos. De agosto de 1945 até por volta de 1950, Sachsenhausen serviu como acampamento especial soviético.
Foi a primeira de uma série de instalações construídas pelos nazis, para confinar ou liquidar em massa opositores políticos, judeus, ciganos, entre outros.
Sentença máxima
“Estou feliz que ele tenha recebido a sentença máxima por serviço em um campo da SS”, disse Zuroff depois de deixar o tribunal.
Ele comentou que há 13 anos, para processar ex-soldados nazistas, era preciso provar que foi um crime contra uma vítima específica e que era por origem racial.
“Isso tornava quase impossível processar alguém”, disse ao explicar que a lei foi alterada e, desde então, muitos perpetradores nazistas que serviram em campos com alta taxa de mortalidade estão sendo sentenciados.
“As chances de ele ficar na cadeia são pequenas porque ele tem 101 anos. Quero ver um elemento de punição além do veredicto, pois a passagem do tempo não diminui suas ações”, concluiu Zuroff ao dizer que esses julgamentos ajudam a combater a negação e a distorção do holocausto.
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