Estudante é espancada até a morte por não cantar hino louvando líder do Irã

Os atuais protestos anti-regime, de adolescentes e jovens, ganharam força em todo o país.

Fonte: Guiame, com informações de The Times of IsraelAtualizado: terça-feira, 18 de outubro de 2022 às 15:42
Asra Panahi, de 16 anos, foi morta por policiais iranianos. (Foto: Reprodução/Wikipedia)
Asra Panahi, de 16 anos, foi morta por policiais iranianos. (Foto: Reprodução/Wikipedia)

Uma adolescente iraniana que participou do protesto desencadeado pela morte de Mahsa Amini, de 22 anos, também foi espancada até a morte pelas forças de segurança do Irã, por se recusar a cantar hino em louvor a Khamenei.

Ali Hosseini Khamenei é o líder supremo do Irã e também já foi o presidente do país de 1981 a 1989. O clérigo xiita de 83 anos, que tem a palavra final em assuntos militares, tem em seu histórico muitos protestos contra ele.

Aqueles que ousaram ir contra seu governo, estudantes, eleitores ou jornalistas, foram acusados de blasfêmia. Muitos enfrentaram chicotadas, prisões e até execuções.

No caso da estudante de 16 anos, Asra Panahi, foi espancada durante a invasão de sua escola, em Ardabil. Os militares estão invadindo as escolas que ainda insistem em protestar contra a morte violenta de Mahsa Amini, que foi espancada por policiais por não usar seu hijab corretamente. O regime iraniano, porém, nega as alegações.

Invasão, espancamento e morte

Os policiais iranianos exigiram que todos os alunos cantassem um hino pró-regime, elogiando o líder supremo aiatolá Khamenei. Aqueles que se recusaram foram espancados e presos. 

O incidente da última quinta-feira (13) deixou várias meninas da “Shahed Girls High School” hospitalizadas. Asra também chegou a ser atendida no hospital, mas não resistiu aos ferimentos, conforme o The Guardian.  

As estudantes iranianas, em todo o país, foram filmadas publicamente removendo seus hijabs, que são de uso obrigatório, e cantando slogans anti-regime. As forças de segurança tomaram conhecimento através de alguns vídeos que viralizaram e passaram a invadir escolas e universidades com total violência. 

Cristãos são condenados por causa da fé

O governo ditador do Irã é contra todo tipo de liberdade, tanto de expressão como religiosa. Só no primeiro semestre deste ano, 25 cristãos foram condenados à prisão por causa de sua fé. 

Cada um deles enfrentou acusações e condenações por, nas palavras do tribunal, “agredir contra a segurança por meio de associação e administração e formação de uma igreja evangélica doméstica e gerenciar um grupo/congregação com o objetivo de perturbar a segurança do país”.

Nos últimos meses, a pressão sobre os cristãos convertidos no Irã também tem aumentado com mais prisões e processos judiciais. “Pedimos às autoridades iranianas que parem imediatamente com as campanhas sistemáticas de prisões, detenções arbitrárias, apreensão de propriedades e julgamentos injustos contra cristãos e outras minorias religiosas”, apelou a Portas Abertas, no mês passado. 

“Ataques brutais e desumanos”

Vídeos também mostraram forças de segurança disparando gás lacrimogêneo nas escolas e conduzindo estudantes presos para carros que aguardavam.

O sindicato dos professores do Irã classificou os ataques como “brutais e desumanos” em um comunicado publicado no domingo e pediu a renúncia do ministro da Educação, Yousef Nouri.

“Não tenho permissão para ir à escola porque meus pais temem pela minha vida. Mas o que mudou? O regime continua a matar e prender estudantes”, disse um estudante que não se identificou, conforme o The Times of Israel.

A nação toda foi despertada após a covardia dos líderes iranianos que negam a repressão e continuam a agir com injustiça e violência. Além de Mahsa Amini e agora Asra Panahi, os manifestantes também lembraram de Nika Shahkarami, de 17 anos e Sarina Esmailzadeh, de 16 anos, outras duas alunas mortas pelas forças de segurança nas últimas semanas.

“Não é apenas a morte de Asra, a República Islâmica vem matando nosso povo há 40 anos, mas nossas vozes não foram ouvidas. Deixe o mundo saber que isso não é mais um protesto — estamos pedindo uma revolução. Agora que todos vocês estão ouvindo nossas vozes, não vamos parar”, concluiu outro manifestante que se identificou como Nergis.

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