Life Day: decisão histórica sobre aborto nos EUA vira data comemorativa

Celebração reuniu milhares de pró-vida na capital Washington no 1º Life Day – Dia Nacional de Comemoração da Vida.

Fonte: Guiame, com informações da Students for Life e Fox NewsAtualizado: terça-feira, 4 de julho de 2023 às 14:27
Manifestantes pró-vida na celebração do 1º Life Day, no Lincoln Memorial, em 24 de junho de 2023. (Captura de tela/C-Span)
Manifestantes pró-vida na celebração do 1º Life Day, no Lincoln Memorial, em 24 de junho de 2023. (Captura de tela/C-Span)

O primeiro aniversário do veredito histórico da Suprema Corte dos EUA, que anulou a decisão de Roe v. Wade, concluindo que não há direito constitucional ao aborto, se tornou o Life Day – Dia Nacional de Comemoração da Vida.

Para marcar a data, diversas instituições pró-vida organizaram uma manifestação em Washington, capital amerciana, em 24 de junho de 2023.

A celebração do levou cerca de 5.000 pró-vida para o Memorial Lincoln, onde além de comemorar o feito de 24 de junho de 2022, com o fim da aprovação da interrupção da gravidez como “direito”, a multidão manifestou contra o aborto em estados que decidiram manter o procedimento.

Decisão histórica

A decisão da Suprema Corte abriu caminho para os estados proibirem o acesso ao aborto, marcando o primeiro movimento nessa direção em quase meio século. Em resposta a essa decisão, estados conservadores rapidamente aprovaram várias leis restritivas, enquanto outros estados se mobilizaram para preservar o acesso ao aborto.

Na manifestação, os grupos pró-vida contaram com uma presença de peso. O ex-vice-presidente Mike Pence, um opositor declarado do aborto, falou aos participantes dizendo: "Nunca vamos descansar, nunca vamos ceder, até restaurarmos a santidade da vida ao centro da lei americana em todos os estados do país".

A decisão de 1973 afetou leis em 46 estados, após dar à mulher o direito ao aborto durante toda a gravidez e definir diferentes níveis de interesse do Estado para regular o aborto no segundo e terceiro trimestres.

Após a decisão do ano passado, dos 50 estados, as proibições quase totais do aborto entraram em vigor em 14.

Segundo um relatório do WeCount, divulgado em 15 de junho, mais de 25 mil abortos deixaram de ser feitos após quase 1 ano da decisão histórica.

Repercussão na mídia

De uma forma surpreendente, o evento recebeu ampla cobertura da mídia americana, que em sua maioria é pró-escolha, ou seja, deixa decisão do aborto para as mulheres. No entanto, os pró-vida entendem que ser pró-escolha é ser favorável ao aborto.

O Life Day foi mencionado em um artigo do New York Times intitulado “O impossível tornou-se possível: as mulheres comemorando um ano sem Roe.” 

O texto de Ruth Graham lembra a reação da ativista pró-vida Bethany Bomberger, ao saber da decisão final da Corte: “O impossível se tornou possível”.

A ativista pró-vida Bethany Bomberger. (Foto: The Radiance Foundation)

Neste fim de semana, Bomberger estava no Life Day celebrando. Emocionada, ela declarou: “Haverá vida antes de Roe ser derrubado e vida depois”. Ela e o marido lideram uma organização que se opõe ao aborto e que, agora, tem como foco o combate à crescente aceitação da identidade transgênero – o que ela chamou de “radicalismo de gênero”.

A agência de notícias Reuters anunciou o evento em Washington, com “palestrantes de grupos nacionais de direitos ao aborto, incluindo Marcha das Mulheres e NARAL Pro-Choice America, que se reuniriam em Columbus Circle para comemorar a derrota de alguns oponentes do aborto nas corridas de meio de mandato de 2022 e reunir os eleitores antes das eleições parlamentares e presidenciais do ano que vem”.

Orações e louvor

O Washington Times noticiou as milhares de ativistas pró-vida no National Mall, “celebrando o primeiro aniversário da decisão da Suprema Corte de Roe v. Wade e pedindo restrições mais rígidas ao aborto.”

E destacou: “Hoje faz um ano, por causa de seu trabalho e por causa de suas orações, a Suprema Corte dos Estados Unidos enviou Roe v. nomeação presidencial, disse a uma multidão animada no Lincoln Memorial.”

O jornal lembrou ainda a realização de culto religioso no local e Jonathan Alexandre, do Ministério Liberty Counsel Christian sendo acompanhado pela multidão enquanto cantava We Shall Overcome (‘Nós devemos superar’, em tradução livre), considerado um hino de protesto gospel.

Jonathan Alexandre, do Ministério Liberty Counsel Christian, canta We Shall Overcome. (Captura de tela/C-Span)

Os participantes levaram camisetas, disponíveis para doação, que citavam o versículo bíblico de Jeremias 1:5: “Antes de te formar, eu te conhecia.” Entre o texto, apareceu a imagem de um bebê ainda não nascido, descansando na palma da mão.

‘Geração pró-vida’

A Students for Life of America (SFLA) foi uma das organizadoras da manifestação, ao lado da Pro-Life Partners Foundation, Live Action e 40 Days for Life.

Kristan Hawkins, presidente da SFLA, denominou sua geração como pró-vida, declarando em entrevista à OSV News:

“Acho que é muito importante agora que estamos vivendo nesta era pós- Roe, este novo amanhecer para nossa nação, que nossa geração, a geração pró-vida, entenda que ainda não chegamos ao meio-dia”,

“Para chegar a esse momento, cada ser humano deve ser reconhecido como é: uma pessoa humana única e irrepetível”, acrescentou. “E a 14ª Emenda reconhece isso, e esse é o nosso caminho para o sucesso.”

Entre a multidão estava Melissa Ohden, que sobreviveu a um aborto com infusão salina com 31 semanas de gestação. Sua filha mais velha, Olivia, de 15 anos, também particiou do comício pró-vida no Lincoln Memorial.

A multidão presencial à celebração era jovem. Quase 2.000 se juntaram para assistir ao evento online, com transmissão ao vivo.

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