Antes de se tornar cristão, Solomon Raj era um hindu de família tradicional pertencente a uma alta casta indiana. Eles tinham uma fazenda com setenta empregados, o que garantia um certo status dentro daquela sociedade.
Em entrevista exclusiva ao Guiame, o pastor, que esteve pela primeira vez no Brasil no final de janeiro, contou seu testemunho.
Ele conta que sua vida começou a mudar após um gravíssimo acidente quando tinha 25 anos. “Sofri um acidente que afetou minhas pernas, em seu diagnóstico, o médico disse que eu não poderia mais andar como antes. E passei a usar muletas”, conta Solomon.
Algum tempo depois, ele teve sua primeira experiência com o cristianismo.
“Um homem, que trabalhava lavando e passando roupas, veio até minha casa”, relembra. “Ao me ver naquelas condições, ele me disse: ‘Se você repetir o que eu vou falar, você ficará curado’”.
Solomon conta que o homem disse as seguintes palavras: “Senhor Jesus, se você me ajudar a andar, eu vou andar com o Senhor”.
Ele conta ainda que aquele cristão também falou sobre um testemunho de cura em sua família: “Minha mãe foi diagnosticada com câncer e foi curada, e agora todos nós vamos à igreja. Da mesma forma, o Senhor Jesus pode te curar”.
“Aquele homem disse também que sabia que eu era um fazendeiro forte e não conseguia me ver daquela forma, andando apenas com muletas. E depois disso ele foi embora”, relembra Solomon.
Intrigado com o que ouviu do homem, naquela noite Solomon decidiu repetir aquelas palavras que ele o havia dito. E ainda fez uma promessa a Deus, que o curasse, ele iria andar por Jesus em muitas nações.
Após a oração, ele recebeu o milagre da cura e, a partir daí, Solomon não parou mais, usando os seus recursos para viajar pregando o Evangelho. Até o momento, ele já esteve em 44 nações.
A ação de Deus
Atualmente pastor sênior da New Beginning Ministries (NBM), no estado de Preston, no Reino Unido, Solomon lembra que, mais ou menos duas semanas após aquela oração, algo começou a acontecer.
“Eu passei a sentir algumas mudanças na minha perna, a parte que estava rígida começou a ficar mais flexível, meus dedos começaram a dobrar e eu então comecei a andar”, testemunha.
Diante do novo quadro, Solomon decidiu procurar aquele homem que fez a oração. Ele trabalhava passando roupas próximo a uma árvore. “Eu fui até ele. Contei que havia sido curado. E ele começou a falar mais de Jesus para mim”, recorda-se.
Durante aquela conversa, o homem convidou Solomon para ir em uma reunião em sua igreja naquela mesma noite, e ele aceitou.
“Depois de uns cinco dias, frequentando aquela reunião, Deus abriu os meus olhos e disse: ‘Essas são as pessoas certas. É aqui que você tem que ficar’”, conta.
‘Me tornei um cristão’
Solomon disse que aquele pastor era muito bom e o ensinou muitas coisas. Agora ele também havia se tornado um cristão: “Eu comecei a caminhar com ele, a ajudá-lo no ministério todas as noites. Durante o dia eu fazia meu trabalho, mas à noite estava na igreja”.
No entanto, as coisas mudaram quando o pai de Solomon descobriu que ele estava indo a reuniões com crentes e visitando vilarejos com os pastores.
“Ele me disse que seu eu chegasse tarde não abriria mais o portão para eu entrar em casa”.
Solomon explica que na Índia há uma perseguição com certas castas, uma divisão social, baseada em fatores como raça, religião ou profissão, onde cada grupo tem direitos e privilégios específicos, sendo passado de geração em geração.
Pr. Solomon Raj ministrando no Brasil. (Foto: Jéssica Bueno)
Ele conta que os cristãos são considerados pessoas de castas baixas, diferente dele, que era tinha outra condição social. E foi isso que o pai de Solomon lembrou a ele.
“Meu pai disse que, naquela igreja que eu estava indo, as pessoas eram todas de castas baixas. Pessoas que lavam roupas, como aquele pastor, são de baixa casta. ‘Nós somos fazendeiros’, ele disse. ‘Somos de casta alta, temos setenta trabalhadores em nossa fazenda. Você não vai lá [na igreja]”.
Em seguida, Solomon recebeu um alerta de seu pai: “É a última vez que vou te falar: Se você voltar lá, não abrirei o portão para você entrar em casa”.
Apesar daquela ameaça, Solomon conta que já estava bastante envolvido com o trabalho cristão, por isso continuou a auxiliar os pastores.
Expulsando demônios
O ministério de Solomon começava a se firmar e a se desenhar na área com o qual ele trabalha até hoje. Além de pregar o Evangelho, o pastor ministra cura e libertação em suas reuniões.
“No dia seguinte, fomos a um vilarejo onde falávamos: ‘O Senhor veio para libertar todos os que estão no cativeiro’. Assim que a gente declarava essas palavras, as pessoas se manifestavam com demônios. E a gente orava e orava até vê-las livres”, conta.
Solomon disse que havia muitas pessoas endemoniadas nos vilarejos que visitavam. Ele diz que sabiam que as pessoas estavam possuídas por espíritos malignos porque elas mudavam o comportamento:
“Certa vez, uma senhora começou a falar com voz de homem. E o demônio dizia por sua boca: ‘Eu estou com ela há 30 anos, o que você está querendo comigo?’ [perguntou a ele] E nós os expulsávamos em nome de Jesus”, relata.
Assim, Solomon e os pastores iam realizando o ministério e ajudando pessoas a se libertarem e a encontrarem Jesus.
“As pessoas começavam a vomitar, outras a desmaiar, outras a chorar e fazíamos muita oração até que o demônio saia”, lembra.
Expulso de casa
O vínculo de Solomon com Jesus já estava solidificado. Agora ele era um auxiliar de pastor, que tinha muitas obras para realizar nos vilarejos, ajudando as pessoas a serem libertas e a entregarem suas vidas a Jesus.
Esse compromisso o levou a ser expulso de casa.
Como seu pai havia prometido, após Solomon chegar de uma visita a um vilarejo às 21 horas, ele acabou sendo proibido de entrar em sua casa.
“Minha mãe e meu irmão começaram a chorar. Mas não podiam falar nada. Meu pai me mandou embora e ainda me fez deixar a bicicleta que eu usava para sair com os pastores”, conta. “Ele só me deu as roupas. E eu tinha apena duas moedas”.
Sem ter onde ficar, Solomon foi para a casa do seu pastor, dizendo que precisava ficar em sua casa. “Ele me disse que eu era muito bem-vindo e fiquei com ele três anos”.
Depois disso, Solomon saiu da Índia e foi para a Arábia Saudita, onde começou seu ministério pastoral, com uma igreja secreta.
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